CES Summer School

O Pluriverso da Justiça Eco-social

11-16 de julho de 2022

CES | Alta (e outros locais em Coimbra, PT)

Apresentação

Oficina de Ecologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (ECOSOC-CES), em coorganização com a ACÇÃO COST "Descolonizar o Desenvolvimento" (DECOLDEV), e com o apoio dos projectos H2020 “Uma Transição Justa para a Economia Circular" (JUST2CE); " A Asenção de Vozes Cidadãs por uma Europa mais Verde Vozes Cidadãs por uma Europa mais Verde" (PHOENIX); “Animais e plantas em produções culturais sobre a bacia do rio Amazonas” (ECO)" e "Cátedra Principe Claus em Equidade e Desenvolvimento 2019-2021" (PCC), convidam ao envio de candidaturas para a Escola de Verão "O Pluriverso de Justiça Eco-social", a realizar de 11 a 16 de julho em Coimbra, Portugal.

A Escola de Verão visa proporcionar a co-aprendizagem e a coprodução de conhecimentos nas intersecções de questões sociais e ecológicas através de uma diversidade de lentes político-ecológicas. Baseia-se na experiência colectiva desenvolvida pelo ECOSOC ao longo dos últimos 10 anos com investigação-acção empenhada e insurgente sobre justiça ambiental e ambientalismo laboral, os bens comuns, o ecofeminismo, o eco-marxismo, o decrescimento, as alternativas ao desenvolvimento, a crítica pós-colonial/decolonial, e as pedagogias emancipatórias.

A Escola é criada através das colaborações em curso no ECOSOC, e entre os seus membros e outros projectos e redes, incluindo DECOLDEV, JUST2CE, PHOENIX e ECO, bem como movimentos sociais e organizações comunitárias em Portugal e a nível transnacional. Reúne assim investigadores do CES com outros activistas e académicos locais e internacionais, para fornecer ferramentas conceptuais e práticas para a criação de horizontes ecosociais alternativos.

Os antecedentes do ECOSOC e os projectos associados fornecem o eixo temático central das transformações para mundos mais justos e ecológicos, no contexto da crise climática e do chamado Antropoceno. As principais narrativas do Antropoceno e das Alterações Climáticas identificam uma nova época (geológica) em que a "espécie humana" é a força geológica dominante. Estas narrativas têm sido criticadas por estudiosos e activistas que salientam que as grandes mudanças nas forças biofísicas do planeta se devem a um sistema político-económico particular (Capitalismo) associado à sua lógica racial, patriarcal e colonial, em que um segmento particular da humanidade causou esta crise. Assim, tem sido argumentado que seria mais preciso falar do Capitaloceno Racial, Plantationocene, Anthro-Obscene, Manthropocene Branco, e enfatizar a mudança sistémica.

Estas conversas críticas apontam o poder das narrativas, fragmentando o antropoceno universalista e heteropatriarcal; ao mesmo tempo que sugerem imaginários alternativos tais como Transições Justas, Novos Pactos Eco- Sociais, Diversas economias, Pós-desenvolvimento, Chultuceno, Pluriverso, e Abolicionismo.

Temas

A nossa abordagem baseia-se nas seguintes "palavras-chave e ferramentas":

  • Interseccional - trazer para a vanguarda as interligações entre as opressões sistemáticas de raça, género, classe e colonialidade; e a necessidade de articular as diferentes lutas. A interseccionalidade prevê futuros abolicionistas, de justiça como a liberdade destas estruturas de exploração
  • Pós-colonial e descolonial - uma vez que a mentalidade colonial e as relações de poder não foram ultrapassadas com o fim do colonialismo, mas sim estruturado o nosso presente, a combinação de análises críticas baseadas em estudos pós-coloniais e uma agenda descolonial empenhada em subverter as relações de poder é necessária para combinar e forjar epistemologias e práticas
  • Encontros indisciplinados - práticas interpessoais de diálogo destinadas a desaprender os limites que podem manter-nos juntos ou separados, e fomentar reflexões pessoais dentro de colectivos seguros de cuidados para as nossas lutas. Em todos os aspectos da vida, navegar pelos cânones 'disciplinares' para os subverter pode criar espaços de encontros: novas formas de pensar- sentir podem surgir destes encontros com diferenças muitas vezes expressas por 'autoridades' não reconhecidas em testemunhos, biografias, ou
  • Comunhão - vemos a própria escola como um processo colectivo de co- aprendizagem, co-produção, e co-inspiração de pensamento- sentimento-acção entre todos os participantes, por outras palavras, fazendo um comum em conjunto. Planeamos a escola para oferecer espaços de debate crítico, deliberação, de partilha de experiências, ferramentas, visões e estratégias.


Programa

O Programa organiza as palavras-chave, ferramentas e abordagens da escola através de quatro temas centrais (um por dia), mais os dias de introdução e encerramento, como se segue:

  • 11 de julho - Visionando o pluriverso
  • 12 de julho - Navegar o rio e anti-extractivismos
  • 13 de julho – Os cuidados e a cidade
  • 14 de julho – Restaurar a floresta
  • 15 de julho - Cidadãos inquietos, agindo juntos como Pluriverso
  • 16 de julho - Refletindo e celebrando juntos

O programa final detalhado está disponível AQUI


Formato

As sessões serão co-produzidas como momentos de encontros colectivos e de co-produção de conhecimento. Os formatos serão mistos. Os participantes serão presenciais, e os eventos serão presenciais, incluindo discussões em espaços CES e vários locais ao ar livre (florestas, rios, parques, centros culturais, centros comunitários e estudantis, ruas da cidade, etc.). Utilizaremos diferentes metodologias de co-ensino e de co-aprendizagem, incluindo mesas redondas, visitas de campo, filmes, jogos de tabuleiro, cozinha colaborativa e produção de livros, e discussões de grupo deliberativas. Propomos também manter um diário de campo e convidamos a auto-organização de ensaios colectivos, arte ou outros materiais que reflictam sobre algumas das principais aprendizagens emergentes da escola.

Participantes

A escola destina-se a estudantes de pós-graduação (doutoramento e mestrado), investigadores em início de carreira/pós-doutoramento, membros de organizações da sociedade civil e do movimento social, educadores, e outros candidatos interessados do público em geral.


Coordenação Executiva: Oficina de Ecologia e Sociedade (ECOSOC/CES)


Contribuições

From ECOSOC-CESAline Simões LeiteArianna Porrone (+University of Macerata), Diana ViveirosGaia Giuliani (+DECOLDEV), Gea PiccardiGiacomo D'Alisa (+JUST2CE+PHOENIX), Gustavo García-López (+ISS- The Hague, +Undisciplined Environments), Hestia DelibasIrina Velicu (+PHOENIX), Isabel FerreiraJoana Vaz Sousa (+JUST2CE), Jonas Van VossoleLúcia Fernandes, Rita SerraRoberto SciarelliSérgio Pedro (+JUST2CE, +PHOENIX), Stefania Barca (+University of Compostela, +JUST2CE), and Teresa Meira.  

Do CESLuciane Lucas do Santos (ECOSOL-CES), Beatriz Caitana (ECOSOL-CES, +URBINAT), Teresa Cunha (CES, +Centro de Investigación por la Paz Gernika Gogoratuz, +CODESIRA), Giovanni Allegretti (+PHOENIX), Priscilla Delgado (+PHOENIX), Patrícia Vieira (+ECO), Roberta Scatolini (+FLUC), CES Summer Schools Coordination, e todxs os trabalhadores do CES.

De outros grupos e instituiçõesPaola Minoia (University of Helsinki, +DECOLDEV), Yafa El Masri (University of Padova, +DECOLDEV), Miguel Diaz (ClimAção Centro), Nik Volker (Mining Watch Portugal), Fátima Teixeira (Juntos Pelo Sudoeste, +Tamera Eco-Village), Paulo Constantino (PROTejo), Vera Silva (CRIA-UC, +Coletivo Vozes de Dentro), Carmo Gê Pereira (University of Porto, +Lóbula), Gabriela Rocha (República Rosa Luxemburgo), Francesca Esposito (University of Westminster, +Abolish Detention Hassockfield), Joana Lages (DINAMIA’CET- ISCTE), Sara Moreira (Open University of Barcelona, +Univ do Porto,+AMAP Porto, +Regenerar), Jorge Gonçalves (Minga Cooperativa Integral, +JUST2CE), Ruxandra Ivan (Univ. of Bucharest), Alice Iancu (SNSPA-Bucharest), Andreea Bonea (Independent Yoga Teacher and Performer), Wagner Merije (Aquarela Brasileira), Tatiana Roa Avendaño (CENSAT-Agua Viva Colombia, CEDLA- Univ. of Amsterdam), Joey Ayoub (The Fire These Times) O Pioneiro do Mondego, Gremio Operario de Coimbra, Fernando Antunes Amaral (visual anthropologist), Carla Gomes (Unidos em Defesa de Covas do Barroso), Jorge Vilas (Centro Social e Comunitário da Relvinha), Sara Rocha (Actuar), União de Freguesia de Coimbra, União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades, António Ferreira e Jorge Patrício (Movimento pela Conservação e Desenvolvimento dos Baldios de Serpins), Conselho Diretivo da Comunidade Local dos Baldios da Freguesia de Serpins, Agricultura familiar e biológica da Quintinha das Travessas, Restaurant of Instituto Universitário Justiça e Paz, SASUC-UC, Taberna do Aires, O Burrito, Casa do Pão, Padaria Sonho doce, Greenside Restaurant , Verdejar, Casa do Cinema de Coimbra, BE Coimbra Hostel, Melanie and Jens (Serpins), José João Rodrigues (Casa do Sal), Sandra e Filipa Alves, Amélia e Julia, Maria Carlos e Maria Rocha (Casa de Esquina).

Seleccionadas pela candidatura:Aline Simões Leite, Diana Viveiros and Anastasia Oprea (CES); Ada Cristina Pontes Aguiar (TRAMAS-UFC, +CES); Anoushka Zoob Carter (Institute of Development Studies, UK), Arianna Pasquini (Sapienza Università di Roma), Baris Can Sever (Middle East Technical University, +University of Helsinki), Bethany Wilson (Utrecht University), Federico Cintrón Moscoso (El Puente), Federico Comollo (University of Trento, +Il Lavoro Culturale), Gabriela Vélez Agosto (Amigxs del M.A.R., +University of Barcelona), İpek Ronahi Gündüz (Boğaziçi University, +CES), Josephine Becker (University of Vigo- Prospera), Lucas Santiago Barrero García (ICTA-UAB), Lucas Sebastián Worsdell (Independent), Lucia Alexandra Popartan (Universitat de Girona), Lucía Muñoz Sueiro (ICTA-UAB), Mariana Paterlini (University of Warwick), Mary Ann Manahan (Ghent University), Nina Djukanovic (University of Oxford), Patricia Schmid (CDE, University of Bern), Saad Ismail Amira (University of Basel), Sahana Subramanian (Lund University), Violeta Múnera Guerrero (COMUNA Caribe).

Línguas: A escola está aberta ao inglês, português e espanhol. As traduções entre pares serão organizadas colectivamente como parte da escola, conforme necessário.

Instruções de Candidatura: Enviar para ecosoc@ces.uc.pt até 1 de maio de2022, os seguintes documentos, num único PDF:

  • Curriculum Vitae (CV)
  • Descrição de si, dos seus interesses e experiências relevantes > 250 palavras
  • Carta de motivação, indicando porque deseja participar nesta Escola de Verão, o que espera ganhar e o que espera contribuir > 750 palavras (máx.)


Datas Importantes

  • 1 de maio: Prazo de candidatura
  • 15 de maio: Notificação de aceitação
  • 15 de junho: Prazo de registo
  • 11-16de julho: Escola de Verão


Cofinanciado por:

  • DECOLDEV: Descolonizar o Desenvolvimento (2020-2024, GA: 19129);
  • PHOENIX: A Asenção de Vozes Cidadãs por uma Europa mais Verde (2022-2025) (GA 101037328)
  • JUST2CE: Uma Transição Justa para a Economia Circular (2021-2024) (GA 101003491) 
  • Cátedra Príncipe Claus em Equidade e Desenvolvimento (2019-2021) 
  • ECO: Animais e plantas em produções culturais sobre a bacia do rio Amazonas (2022-2026) (GA 101002359)

Mobilidades inclusivas e outras necessidades particulares: Em caso de mobilidades diversas ou outras necessidades especiais para participar nesta actividade, por favor informe-nos com antecedência e encontraremos soluções inclusivas em conjunto.


Contacto: Para qualquer questão, por favor contacte ecosoc@ces.uc.pt

Créditos da fotografia: Protesto contra a falsa narrativa da “mineração verde”, 5 de maio de 2021, Lisboa. A faixa, feita por moradores de Covas de Barroso, região ameaçada pela mineração de lítio, diz "VERDE É O BARROSO". Fotografia de Guilhotina.info

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Plano de contingência da Covid-19: Esta versão do programa é preliminar e poderá sofrer alterações, dependendo da disponibilidade das(os) colaboradoras(es), bem como da pandemia Covid-19. Caso a pandemia continue a afetar os planos de viagem, palestrantes internacionais podem participar via Zoom. No caso em que a pandemia proíba a realização de eventos presenciais, os/as palestrantes nacionais participarão também via Zoom, e os eventos sociais planeados também poderão ser cancelados e substituídos por sessões do grupo de trabalho Zoom. Nesse caso, as taxas de inscrição dos/as participantes serão reduzidas e a todos/as os/as palestrantes serão apenas oferecidos honorários.