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Oficina nº 235

Oficina nº 235

"Quem tem amigos tem saúde":
O papel das redes sociais no acesso aos cuidados de saúde

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Data da Publicação
Setembro de 2005
Resumo
Partindo de uma discussão mais ampla sobre o papel das redes sociais na produção de bem-estar, o presente texto analisa, especificamente, o acesso aos cuidados de saúde. Por um lado, descreve-se a morfologia das redes, dando especial atenção ao tipo de laços activados e, sobretudo, à distinção entre laços fortes e laços fracos; por outro lado, discute-se a articulação das redes sociais com as esferas do Estado e do mercado. Esta análise permite concluir pela importância das redes sociais no acesso aos cuidados de saúde, revelando duas faces da mesma moeda: a força das relações informais e a fragilidade da relação formal entre Estado e cidadãos. Os indivíduos conseguem através dos laços sociais aquilo que não conseguem através do vínculo de cidadania: serviços públicos eficientes e de qualidade. As deficiências da provisão dos cuidados públicos são colmatadas pela eficácia das relações informais. Esta conclusão permite-nos corroborar mais uma vez a tese de uma sociedade-providência forte para um Estado-Providência fraco; no entanto, chama também a atenção, de novo, para a reprodução das desigualdades sociais que este modelo implica.