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Data da Publicação
Novembro de 2011
Resumo
Num momento em que a literatura e os media portugueses revelam uma tendência para revisitar o Império numa perspetiva nostálgica, este artigo analisa quatro narrativas de mulheres, de dimensão autobiográfica, que descrevem uma memória profundamente crítica do colonialismo português em África, assumindo uma atitude feminista manifesta nos lugares de enunciação, nas temáticas abordadas e nas estratégias e lógicas de composição utilizadas. Assim, reivindicam uma voz narrativa na construção da História, contestando não somente determinados pressupostos ideológicos como a racionalidade androcêntrica das narrativas dominantes. Neste processo de emancipação da mulher portuguesa, concomitante com a libertação da opressão colonial, revela-se, porém, a produção de outras relações de opressão e de outras subalternidades.