Enquadramento

A paisagem da investigação científica desenvolveu-se, durante muito tempo, sob os constrangimentos impostos por um paradigma dominante na ciência em que o cientista, incluindo o cientista social, posicionado como especialista nas atividades de produção de saber (considerado válido e fiável), produzia conhecimento para, mas não com, a sociedade. Orientados por valores de neutralidade e aspirações de objetividade as escolhas dos métodos tradicionais distanciam o cientista da realidade que pretende investigar, atribuindo-lhe uma responsabilidade primária pelo processo e resultado da produção de conhecimento.

As ciências sociais foram questionando e introduzindo alterações significativas na paisagem científica metodológica dominante, criando espaço para novos valores, pressupostos e métodos de produção, análise e disseminação e conhecimento. O espaço da investigação abriu-se à dimensão relacional de toda a atividade humana, abrindo territórios para a criatividade, colaboração e diálogo e para a distribuição da capacidade e responsabilidade pela produção de conhecimento e pelo seu impacto.

Nesta terceira oficina do ciclo “Roda de saberes” convidam-se os participantes a pensar e a desenhar em conjunto práticas metodológicas de produção de conhecimento, colaborando ativamente na sua conceção, desenho e possível definição de um plano de ação para a sua implementação futura. Esta oficina pretende também problematizar as possibilidades de origem do próprio conhecimento assim como os seus processos de criação colaborativa. Apelamos à inclusão neste processo de participantes de diferentes áreas da produção de conhecimento, em particular ciências sociais e humanas, artes, ciências exactas entre outras áreas do saber.

Esta sessão será dinamizada por Giovanni Alegretti, Cláudia Pato de Carvalho e Ana Teixeira de Melo (CES) | Contacto: rodadesaberes@ces.uc.pt

A inscrição neste evento é gratuita, mas obrigatória.