Seminário

Frontex vem para Portugal: o novo centro da vigilância das fronteiras marítimas

Joerg Nowak (Universidade de Nottingham)

8 de maio de 2019, 15h00

Sala 2, CES | Alta

Resumo

Nos últimos três anos, Portugal assumiu um papel central na vigilância da fronteira da União Europeia, sem que muito debate se gerasse em torno destas funções. Especificamente, a European Maritime Safety Agency (EMSA), com sede localizada no Cais do Sodré em Lisboa, assumiu uma grande parte da vigilância do Mediterrâneo por via de satélites, ao abrigo do novo programa Copernicus, iniciado em 2019, e por drones. Este último programa encontra-se focalizado na vigilância de fronteiras e na prestação de serviços a outras agências. Uma primeira operação nesse contexto começou em setembro de 2018, junto do Frontex, controlada a partir de território nacional e monitorizada pela Força Aérea Portuguesa. Uma segunda operação iniciou-se em fevereiro deste ano, em conjunto com instituições espanholas, com recurso ao "data centre" da EMSA. Os drones utilizados nessas operações são produzidos pela empresa portuguesa Tekever, sediada em Lisboa, com uma fábrica de drones localizada em Ponte de Sôr. O governo português, por via da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), está a apoiar ativamente o crescimento da indústria aeroespacial e da defesa, por exemplo, mediante o programa Espaço 2030.


Nota biográfica

Joerg Nowak é bolseiro de pós doutoramento Marie Curie na School of Politics and International Relations da Universidade de Nottingham, e foi professor assistente na City University de Hong Kong. A sua publicação mais recente é  Mass Strikes and Social Movements in Brazil and India (Palgrave, 2019). Na sua investigação tem-se centrado no trabalho em economias emergentes e na logística, infraestrutura e segurança. 
 

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