ESTRUTURAS DE CLASSE E TRAJECTÓRIAS DE CLASSE EM PORTUGAL

Período
10 de agosto de 1997 a 14 de fevereiro de 1994
Resumo

Proceder a um levantamento e análise sistemática da estrutura de classes e processos de mobilidade social em Portugal com base no modelo analítico de Erik Olin Wright e ao mesmo tempo estabelecer comparações
internacionais com outros países incluídos na mesma base de dados realizada a partir da Universidade de Wisconsin-Madison/EUA.

Resultados

A tipologia neo-marxista que utilizámos neste estudo foi complementada com referências a outras correntes, nomeadamente de inspiração weberiana e em Pierre Bourdieu. Os resultados permitiram ilustrar um
conjunto de contrastes e de linhas divisórias entre categorias de classe e ao mesmo tempo comprovar a não coincidência entre “posições” de classe e “consciência de classe”, o que atesta a falência da ortodoxia na explicação da realidade. Questões relacionadas com identidade, subjetividade, práticas de lazer e envolvimento em formas de associativismo e de ação coletiva foram algumas das dimensões a que este projeto deu visibilidade. A diversidade de posições (objetivas e subjetivas) sobretudo no seio de categorias contraditórias (incluídas na classe média) mostraram a relativa fragilidade dessas categorias e ao mesmo tempo os intensos processos de mudança, com trajetórias de mobilidade social em ambos os sentidos.
O peso estatístico das camadas “proletarizadas” da população foi um outro dado que este estudo revelou ainda na década de 1990, antecipando assim uma tendência que se comprovou na última década.

Investigadoras/es
Financiamento
Junta Nacional para a Investigação Científica e Tecnológica