Teses Defendidas

A VIDA DELAS E DELES, A NOSSA, NA CIDADE DO ANJO: Uma utopia crítica pós-colonial das gentes do cotidiano

Tiago Miguel Knob

Data de Defesa
19 de Março de 2019
Programa de Doutoramento
Pós-Colonialismos e Cidadania Global
Orientação
Maria Paula Meneses e Raiane Patrícia Severino Assumpção
Resumo
Estes escritos carregam a esperança, concreta, de ser parte do desenvolvimento qualitativo de uma utopia crítica e cotidiana da vida de crianças, jovens, mães, homens, mulheres, gentes do cotidiano da Cidade do Anjo frente à esta que é uma das realidades mais perversas do interior do Estado de São Paulo, Brasil, o município de São Miguel Arcanjo. Trata-se, pois, da construção de justiça cognitiva, um fundamento para a construção de justiça humana e social, a partir do desenvolvimento da metodologia, da pedagogia, de uma crítica ética à realidade e do fortalecimento das resistências e alternativas às corrupções dos poderes, dessa emergência que tem oferecido possibilidades de vida em uma realidade que nega, oprime, castiga, maltrata e que, em última instância, mata e tem matado. São estes os momentos necessários da utopia, não suficientes, que este estudo se esforça por aprofundar, aprender, reaprender, desenvolver com as atoras e os atores desta ação social em curso da qual sou parte e que, deste caminhar, se abre para a construção de solidariedades com outros cantos e centros do mundo que também caminham (ações contra-hegemônicas) para o fortalecimento conjunto entre as ações. Para tanto, fundamentada em uma ética e em uma política da vida (Dussel, 1998, 2007a, 2007b, 2009), esta tese se propõe como um exercício das Epistemologias do Sul (Santos, 1995, 2006, 2009, 2017): um apelo à descentralização da produção do conhecimento que é para emergir, o mais claramente possível, novas exigências de possibilidades de vida desse canto oculto das linhas abissais (Santos, 2007) que impõe entre nós divisões entre os que podem e os que não podem viver. Divisões estas reproduzidas ali, dentre tantos outros lugares, mentes e corpos da Cidade do Anjo, nas fronteiras da Lagoa do Guapé; e cujo andar capaz de responder às exigências de justiça está sendo já trilhado pelas gentes do cotidiano nessa construção do novo que emerge e observa, denuncia, anuncia, anda e permite à vida, viver.

Palavras-chave: utopia; pós-colonialismos; justiça cognitiva; gentes do cotidiano; Cidade do Anjo