Nota biográfica

Ana Rita Alves é antropóloga (2008), mestre em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo e doutora em Direitos Humanos nas Sociedades Contemporâneas (2023). O seu envolvimento com diferentes disciplinas, da antropologia, à teoria crítica da raça ou aos estudos urbanos, tem sido fundamental na alise de processos de violência política anti-negra e anti-Roma em Portugal nos domínios da epistemologia, habitação e justiça, resultando em inúmeras publicações, entre as quais o livro "Quando Ninguém Podia Ficar: Racismo, Habitação e Território" (Tigre de Papel, 2021). Ana Rita foi uma das 2020-2021 Black Studies Dissertation Scholar da Universidade da Califórnia Santa Bárbara (EUA) e consultora do Conselho Europeu no âmbito do projeto "Inclusive Schools: Making a Difference for Roma Children" (2022). Tem participado em vários projetos de investigação, entre os quais "DAM - Memória Digital Africana em Portugal" (SEIM, 2023-2025), "COMBAT - O Combate ao racismo em Portugal: uma análise das políticas públicas e da lei antidiscriminação" (FCT, 2016-2020), "AFRO-PORT - Afrodescendência em Portugal: Sociabilidades, Representações e Dinâmicas Sociopolíticas e Culturais. Um estudo na Área Metropolitana de Lisboa" (FCT, 2019-2021) e "(DE)OTHERING - Desconstruindo o Risco e a Alteridade: guiões hegemónicos e contra-narrativas sobre migrantes/refugiados e 'Outros internos' nas paisagens mediáticas portuguesas e europeias" (FCT, 2020-2021). O seu trabalho resulta, em grande medida, de um extenso e estreito diálogo com moradores e coletivos negros e Roma, capaz de gerar uma visão epistemológica única e uma ampla compreensão das consequências quotidianas das governamentalidades anti-negras e anti-Roma no país. Deste diálogo nasceram também um conjunto de iniciativas de reconstrução e memorialização de lugar, por meio da coprodução de eventos comunitários e cartografias sociais, da co-curadoria de exposições e programas públicos e da coautoria de artigos e histórias sobre espaços autoproduzidos e de realojamento na Área Metropolitana de Lisboa, consolidando um diálogo entre os campos político, científico e artístico. Ana Rita cofundadora do CHÃO - Atelier de Antropologia Urbana (2015), um grupo de extensão académica empenhado em fortalecer a relação entre a academia e a sociedade civil. Como intelectual pública tem participado do debate antirracista em Portugal. Atualmente é investigadora no projeto "AGRRIN - Corpos Geradores: da agressão à insurgência. Contributos para uma pedagogia decolonial" (FCT, 2023-2026) no Centro de Investigação Interdisciplinar em Educação e Desenvolvimento (CeiED - Universidade Lusófona) e Investigadora Colaboradora no Centro de Estudos Sociais (CES - Universidade de Coimbra).