O Imaterial e o Político na Economia das Cidades

Orientação: José Reis

Programa de Doutoramento: Governação, Conhecimento e Inovação

Financiamento: Gulbenkian

As correntes dominantes em Economia, nomeadamente as perspectivas neo-clássicas, tendem a encarar as cidades como simples suporte dos processos económicos, valorizando essencialmente o papel da distância e as dimensões materiais, físicas, dos espaços urbanos. A partir deste entendimento, a análise económica das cidades concentra-se sobretudo nos processos subjacentes às lógicas de mercado e fundamenta-se no princípio da escolha racional dos agentes.

A economia das cidades tem contudo, recentemente, sido objecto de enfoques disciplinares diversos, que valorizam a importância das suas dimensões imateriais e políticas (entre as quais a economia do conhecimento, a cultura, a criatividade e a inovação ou os processos de governação), assumindo-as como elementos incontornáveis para a compreensão dos processos económicos que acolhem. Bem como, num tempo em que diferentes escalas se entrecruzam com maior intensidade, no seu papel de intermediação entre o local, o nacional e o transnacional.

Partindo dos contributos de Alfred Marshall em relação à identificação de dimensões que conferem às cidades um lugar e uma importância ontológica própria na ciência económica, pretende-se demonstrar que a economia das cidades incorpora necessariamente dimensões de natureza imaterial e política, que se revelam incontornáveis para a sua apreensão e entendimento a partir de uma perspectiva fundada na Economia.