Apresentação

Este livro não é dirigido somente a quem se dedica à sociologia económica ou à economia solidária. Trata-se de uma interface entre a economia política, o ecofeminismo, os estudos sobre o trabalho e outras economias que, longe de serem categorias fechadas ou disciplinares, são manifestações vivas da imaginação e das competências coletivas de resistência e transformação. Por isso, é interessante tanto para a comunidade académica como para ativistas, funcionárias/os de instituições internacionais, professoras/es e outras pessoas que olham o mundo e querem compreender a diversidade das sociabilidades económicas a partir de uma abordagem crítica e interdisciplinar, sem desperdiçar nenhuma experiência.

Ao longo da introdução e dos 17 capítulos, partindo de uma enorme diversidade de lugares do mundo e com base em abordagens teóricas e práticas de vida muito diferentes, as/os várias/os autorases procuram dar conta daquilo que foi silenciado, destruído ou ativamente invisibilizado pelo capitalismo na sua íntima relação com os outros dois grandes sistemas de opressão: o colonialismo e o heteropatriarcado. Por outro lado, pretendem ir além da crítica e apresentam ideias, projetos e mapas conceptuais que vão para lá do capitalismo neoliberal e do seu receituário socioepistemológico.