Conversa IV | Conversas Inquietas: Pode o Cuidado ser Subversivo?

A Arte como Cuidado

15 de setembro de 2022, 18h00

Rádio Baixa (Coimbra) + radiobaixa.com

Moderação: Catarina Silva e Pedro Cosme (Coletivo Mundus)


Resumo

Num ecossistema competitivo, seja no contexto do mercado, seja na busca por apoios, artes e artistas submetem-se a lógicas de produtividade e de precariedade que transbordam para as suas práticas. Como podemos conceber a arte como cuidado neste contexto?


Notas biográficas

Vicente Arlandis | Artista e criador de artes performativas. Licenciado pela Escola Superior de Arte Dramática de Valência e mestre em Produção Artística pela Faculdade de BB.AA de Valência e pela Apass (Performance in Advanced Performance Training) em Bruxelas. Trabalha como performer, investigador e professor de Artes Performativas. Atualmente, faz parte do TALLER PLACER, um coletivo dedicado à produção cultural em torno da filosofia, do trabalho, da literatura, da política e das artes vivas, no qual trabalha ativamente com Paula Miralles. No Festival de Artes Performativas Linha de Fuga, apresenta o espetáculo “El esfuerzo constante de ganarse la vida”, uma performance onde procura trabalhar o mínimo, o justo e o que entende como razoável. Fala-nos sobre o que acha da disciplina, do trabalho do bailarino e do sequestro do nosso tempo.

Patrícia Portela | Dedica-se a performances e obras literárias, vive entre Portugal e a Bélgica. Estudou cenografia, dramaturgia, filosofia, dança e cinema, em Lisboa, Utrecht, Antuérpia, Londres, Helsínquia, Ebeltoft e Leuven. Habitou brevemente Macau, Paris e Poznan mas por razões meramente pessoais. Itinera com regularidade pela Europa e pelo mundo e é reconhecida nacional e internacionalmente pela peculiaridade da sua obra, com a qual recebeu vários prémios. É autora de romances e novelas como Banquete (2012, finalista do Grande Prémio de Romance e novela APE) ou Hífen (finalista do Prémio Correntes d’Escritas em 2022 e escrito com uma bolsa DGLAB). É cronista regular do Jornal de Letras, Artes e Ideias desde 2017, e foi cronista na rádio Antena 1, no Fio da Meada, às terças-feiras, por 6 meses em 2020. Passou a pandemia à frente de um Teatro de porta aberta em Viseu.

Inês Capelo | Criou-se por Coimbra e pela Figueira da Foz. Contacta desde cedo com o piano clássico (por insistência da mãe, que é também música e artista) e decide, mais tarde, seguir estudos na Covilhã, no Curso de Cinema. Saiu de lá com mais incertezas do que vontade de permanecer na área do audiovisual. Voltou para Coimbra, onde fez parte da vida coletiva de duas Repúblicas da cidade e de várias organizações informais de luta estudantil. Tirou o curso de técnica de luz do TEUC, dinamizou  concertos e produziu, em coletivo, duas edições do Cria'ctividade. Nos tempos livres, chegou a ir a aulas do Mestrado em Estudos Curatoriais, na Universidade de Coimbra, do qual "não gostou nada". Desistiu do curso e começou a emigrar sazonalmente para a Islândia, trabalhando na área da restauração. Recentemente, foi assistente de produção para uma longa-metragem e para uma mostra de cinema na Ilha do Pico. Vai começar um Mestrado em Ensino Artístico no presente ano. Considera que o mais interessante na arte são as pessoas que a fazem.

Thiago Granato | Artista da dança brasileiro engajado em criar coreografias com o potencial de desenvolver diferentes formas de abordar o movimento. Suas produções são o resultado de processos que insistem em promover experiências de transformação política através da inovação estética. Seus trabalhos têm sido mostrados na América do Sul, Europa, Médio Oriente e Ásia. Estudou no Programa Ex.e.r.ce 8, no Centre Chorégraphique National de Montpellier (França - 2008) e no Programa de Mestrado NPP - New Performative Practices na DOCH - Uniarts em Estocolmo (Suécia - 2019). Ele vive em Berlim.