Sessão cinematográfica + Debate

«Canhão de Boca» de Ângelo Lopes

29 de janeiro de 2019, 15h00

Sala 1, CES | Alta

Apresentação

Canhão de Boca, de Ângelo Lopes é um documentário inserido no Programa CPLP Audiovisual, produzido pela O2 Cabo Verde.  

No contexto de luta de libertação de Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral usava a expressão “Canhão de Boca” para se referir à Rádio Libertação como arma mais poderosa do que todo o arsenal de guerra que pudessem possuir.

A partir da experiência cabo-verdiana, mas com um olhar sobre o mundo, o documentário “Canhão de Boca” ficciona um programa de rádio com Amélia Araújo, uma das vozes da Rádio Libertação que deu corpo aos programas de difusão dos ideais da luta entre 1964 e 1973; e Rosário da Luz, voz que incorpora a informação crítica como luta da desconstrução contemporânea em Cabo Verde. As suas lutas são próprias de cada tempo, mas são, na sua essência, lutas comuns.

Hoje porque lutamos? Um dos maiores legados filosóficos da luta pela independência é o princípio de que, para sermos livres, precisamos pensar pelas nossas cabeças. Para isso, é essencial combater qualquer tipo de colonialismo e a nossa subjugação a este(s).

Este documentário elege a rádio, meio de comunicação e expressão vinculado à voz, como veículo da discussão contemporânea em torno da utopia da liberdade. A partir de eventuais confrontos, interessam as relações que o espectador reconstrua a partir do seu próprio pensamento.

Celeste Fortes, que participou na produção do documentário como investigadora, estará presente para comentar o filme e participar no debate.

Mais informação sobre o documentário em: https://www.facebook.com/canhaodeboca/


Nota biográfica

Celeste Fortes. 27 de Abril de 1981, Cabo-verdiana, é Doutorada em Antropologia Social e Cultural, pela Universidade Nova de Lisboa, Vice-presidente da Faculdade de Ciências Sociais, Humanas e Artes da Universidade de Cabo Verde, Investigadora do Centro de Investigação em Género e Família da Uni-CV. Ativista Social e Cultural com foco na promoção da igualdade e equidade de género. Tem colaborado em várias frentes para a democratização da história nacional e pela polifonia das vozes femininas, a partir da criação e execução de projetos de pesquisa académica e de intervenção teatral e audiovisual.  Cocoordenadora do projeto Memórias para o Futuro: Projetar a Independência no Feminino, que “partejou” o documentário Canhão de Boca, onde colabora como investigadora e o projeto teatral Cartas, com a sua assinatura enquanto dramaturga. Atualmente co-realiza o documentário Bidon: Nação Ilhéu, Projeto vencedor do concurso DOC TV III da CPLP, 2018.