Seminário
A Educomunicação como uma Epistemologia do Sul: possibilidades emancipatórias
Rafael Martini
Rosane Rosa
9 de julho de 2018, 14h00
Sala 1, CES | Alta
Resumo
Instigadas pelo desafio proposto por Boaventura Sousa Santos (2007), qual seja, o de “repensar a teoria crítica e reinventar a emancipação social”, faremos uma reflexão teórica sobre a proposição da Educomunicação como uma epistemologia do Sul. As principais questões que nortearão nosso seminário: pode a educomunicação ser identificada como uma epistemologia do Sul? qual o papel da educomunicação no processo de emancipação social, no contexto das organizações sociais brasileiras e latinoamericas? o que alavanca o processo emancipatório? O nosso lugar de pensar e efetivar processos emancipatórios advém da área de interface entre a comunicação e a educação popular, em ambientes informais de aprendizagem, aqui denominada de Educomunicação Comunitária. Trabalhamos com a tese que a Educomunicação, como uma epistemologia do Sul, preenche o vácuo deixado pela Teoria do “Agir Comunicacional” de Habermas. Para tanto, recorremos ao pensamento educomunicativo de autores como Kaplun, Soares, Citeli e Peruzzo, que, a partir da teoria da educação dialógica do educador Paulo Freire, investem em uma comunicação educativa que se distingue por ser participativa, pedagógica, problematizadora, democrática e com estética experimental. Partimos da premissa que a comunicação é uma experiência de alteridade fundante para a efetivação da “ecologia de saberes”, para o “pensamento pós-abissal” e para o processo de “tradução intercultural”, ao qual se refere Sousa Santos.
Palavras-chave: Educomunicação Comunitária, Epistemologia do Sul, Ecologia de Saberes, Emancipação social
Programa
Origem e desenvolvimento da Educomunicação como uma Epistemologia do Sul;
Educomunicação, Participação e Emancipação;
Ecossistemas Comunicativos e Ecologia de Saberes;
Dispositivo de Analise e Intervenção Social.
Orador/a
Rosane Rosa - CES/UC e UFSM
Rafael Martini - UMinho e UDESC
Referências
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