Colóquio Internacional

Luanda e Maputo: O espaço urbano na literatura

25 de setembro de 2015, 10h00

Sala 1, CES-Coimbra

'Genius loci' e a imprescritibilidade do mito: arquiteturas simbólicas em tramas urbanas pós-coloniais - Luanda e Maputo
Roberto Vecchi

Resumo

Roberto Vecchi é licenciado em Literatura e Filosofia na Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Bolonha (1987), mestre em Línguas e Literaturas Estrangeiras Modernas na mesma faculdade (1989) e doutorado em Estudos Ibéricos no Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas e Literatura pela Universidade de Bolonha (1993). Atualmente é Professor catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira na Faculdade de Línguas e Literaturas Estrangeiras da Universidade de Bolonha e diretor da mesma faculdade. É docente no Programa de Doutoramento em Iberística do Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras Modernas da mesma universidade e no Programa de Doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa, da Universidade de Coimbra. É investigador associado do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e investigador convidado do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasil. É diretor da “Cátedra Eduardo Lourenço” Universidade de Bolonha/ Instituto Camões (desde 2007), sendo regente Margarida Calafate Ribeiro. É atualmente Presidente da Associação Internacional de Lusitanistas.

Entre as suas publicações mais recentes destaca-se: Brasília: primeiras estórias. Atti del Workshop. Roma, Ambasciata del Brasile 27 aprile 2011 (com M. Grossi, Imola, Editrice La Mandragora, 2013), Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial (com Margarida Calafate Ribeiro; Afrontamento, 2011); Topografia delle culture (com Rita Monticelli; Bologna, I Libri di Emil, 2011); Excepção Atlântica. Pensar a Literatura da Guerra Colonial, (Afrontamento, 2010); Eça de Queirós, La corrispondenza di Fradique Mendes. Memorie e note (com Vincenzo Russo; Diabasis, 2009); Atlantico Periferico. Il Postcolonialismo portoghese e il sistema mondiale (com Margarida Calafate Ribeiro e Vincenzo Russo; Diabasis, 2008).


Contos de duas cidades: património urbanístico e resiliência urbana
Walter Rossa

Resumo

Walter Rossa é Arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa (1985), mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (1991), doutor e agregado em Arquitetura pela Universidade de Coimbra (2001 e 2013)., onde é Professor.. Foi professor convidado da Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal Fluminense, Universidad Pablo de Olavide, Instituto Universitário de Artes, Tecnologia e Cultura do Mindelo, Universidade do Porto e Universidade do Algarve, aqui como titular da Cátedra Odebrecht Capistrano de Abreu. Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (desde 2007) é, com Margarida Calafate Ribeiro, coordenador do Programa de Doutoramento Patrimónios de Influência Portuguesa, do Instituto de Investigação Interdisciplinar. É ainda diretor do portal interactivo HPIP, Heritage of Portuguese Influence / Patrimónios de Influência Portuguesa.

Entre as suas publicações, destacam-se: 1997: Cidades Indo-Portuguesas: contribuição para o estudo do urbanismo português no Hisdustão Ocidental / Indo-Portuguese Cities: a contribution to the study of Portuguese urbanism in the Western Hindustan. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses; 1998 [1991]: Além da Baixa: indícios de planeamento urbano na Lisboa Setecentista. Lisboa: instituto Português do Património Arquitetónico. Também em Inglês; 2002: A urbe e o traço: uma década de estudos sobre o urbanismo português (1989-2001). Coimbra: Almedina; 2015 [2002-2013]: Fomos condenados à cidade: uma década de estudos sobre património urbanístico (2002-2013). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra; 2007: O Terramoto de 1755: impactos históricos. Lisboa: Livros Horizonte. Com Ana Cristina Araújo, José Vicente Serrão e Nuno Gonçalo Monteiro; 2008: Lisboa 1758: o plano da Baixa Hoje, catálogo. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa. Com Ana Tostões; 2010: Património de Origem Portuguesa no Mundo: arquitetura e urbanismo: Ásia. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Com José Mattoso. Também em inglês.


Vozes literárias de Luanda e Maputo
Margarida Calafate Ribeiro

Resumo

Margarida Calafate Ribeiro é licenciada pela Universidade de Aveiro, mestre pela Universidade Nova de Lisboa e doutorada em Estudos Portugueses pelo King’s College, Universidade de Londres. Atualmente é investigadora-coordenadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e membro do Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP). É docente no programa de Doutoramento do CES/III Patrimónios de Influência Portuguesa, de que é coordenadora com Walter Rossa. Com Roberto Vecchi, é responsável pela “Cátedra Eduardo Lourenço“, Instituto Camões/ Universidade de Bolonha. Acabou de ganhar uma bolsa ERC Consolidator Grant do Conselho Europeu de Investigação. Sob sua coordenação uma vasta equipa internacional, desenvolverá o projeto de investigação «MEMOIRS – Os Filhos dos Impérios e Pós-Memórias Europeias».

Entre as suas publicações, destacam-se: 2004: Uma história de regressos: império, Guerra Colonial e pós-colonialismo. Porto: Edições Afrontamento; 2007: África no feminino: as mulheres portuguesas e a Guerra Colonial. Porto: Edições Afrontamento; 2008: Lendo Angola. Porto: Edições Afrontamento. (com Laura Cavalcante Padilha); 2008: Atlântico periférico: il postcolonialismo portoghese e il sistema mondiale. Reggia Emilia: Diabasis. (com Roberto Vecchi e Vincenzo Russo); 2011: Literaturas insulares: leituras e escritas de Cabo Verde e de S. Tome e Príncipe. Porto: Edições Afrontamento. (com Silvio Renato Jorge); 2011: Literaturas da Guiné-Bissau: cantando os escritos da história. Porto: Edições Afrontamento. (com Odete Semedo); 2011: Antologia da memória poética da Guerra Colonial. Porto: Edições Afrontamento. (com Roberto Vecchi); e, em 2014, a organização da obra de Eduardo Lourenço, Do colonialismo como nosso impensado. Lisboa: Gradiva. (com Roberto Vecchi).


A construção de uma capital colonial: imagens da evolução urbana de Luanda (séculos XVI-XIX)
Sara Ventura da Cruz

Luanda, enquanto capital e ponto de partida para a “construção” de Angola, foi, no conjunto das colónias portuguesas em África, uma das mais retratadas tanto pela literatura como pela iconografia e cartografia. Testemunhos da época da sua relevância no conjunto imperial, mas também da importância destes próprios registos no sistema de comunicação com a Coroa, oferecem-nos hoje a possibilidade de analisar a forma como a cidade foi lida e construída. Em 1876, Richard F. Burton escreveu acerca de Luanda: «Trezentos anos de domínio construiu fortes e baterias, igrejas e capelas, edifícios públicos e grandes casas privadas, brancas ou amarelas, com amplas varandas verdes - cada uma um cubo feio, mas juntando-se num todo agradável.» Sobre este lugar são erguidos então, nos trezentos anos que Burton refere, uma diversidade de edifícios e espaços que no seu todo compõem a base da Luanda colonial, mas cujos traços se encontram igualmente na cidade atual, num processo de construção feito de continuidades e transformações sucessivas. Partindo do material literário, cartográfico e iconográfico recolhido no âmbito do projeto de investigação “De S. Paulo de Luanda a Luuanda, de Lourenço Marques a Maputo: capitais coloniais em tempos pós-coloniais”, proponho na minha comunicação analisar a evolução da imagem urbana da cidade de Luanda neste período, com especial relevo para as transformações introduzidas na segunda metade do século XVIII.

Sara Ventura da Cruz é Licenciada e Mestre em Arquitetura pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (2005 e 2011). Tem o Curso de Pós-Graduação em Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente pelo Centro de Estudos de Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (2009). É estudante de doutoramento do programa Patrimónios de Influência Portuguesa, do CES/III. É bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).


A arquitetura do poder na representação de Luanda em Pepetela
Phillip Rothwell

Neste artigo, apresento uma visão abrangente da evolução da presença de Luanda nos romances de Pepetela. Partindo da definição proposta por Stephen Henighan da cidade como “paradigma crioulizado” que “funciona como núcleo que dissemina a identidade nacional”,[1] analiso como o olhar evolutivo de Pepetela sobre os marcos históricos de Luanda faz parte da sua crítica mais vasta aos processos históricos do poder em Angola como um todo. As suas representações da evolução de locais como Kinaxixi, Sambizanga, o Bairro Operário, bem como a toponímia envolvente de ruas como Hoji ya Henda, revelam uma arquitetura de poder baseada frequentemente no apagamento histórico de camadas anteriores do palimpsesto da cidade. Ao mesmo tempo que critica as tendências pós-modernas atuais das elites angolanas, o retrato de Pepetela das dificuldades bloqueadoras da mobilidade física no interior da infraestrutura fragilizada do pós-guerra serve de metáfora para a falta de mobilidade social na era pós-ideológica da nação.

Phillip Rothwell éProfessor Catedrático de Português (cátedra Dom João II) na Faculdade de Línguas Medievais e Modernas da Universidade de Oxford. É doutorado pela Universidade de Cambridge. Trabalhou no Ministério da Educação na Província de Gaza, em Moçambique. É presidente da Associação Britânica de Lusitanistas. Entre as suas principais publicações destacam-se: A Postmodern Nationalist: Truth, Orality and Gender in the Work of Mia Couto (Bucknell University, 2004); Sexual/Texual Empire: Gender and Marginality in Lusophone African Literature (Bristol University, 2004; com Hilary Owen); A Primavera Toda Para Ti (Presença, 2004; com Margarida Calafate Ribeiro, Teresa Cristina Cerdeira e Juliet Perkins); dois volumes temáticos da revista Portuguese Literary and Cultural Studies - Reevaluating Mozambique (2003) e Remembering Angola; A Canon of Empty Fathers: Paternity in Portuguese Literature (Bucknell University, 2007); Leituras de Mia Couto: aspetos de um pós-modernismo moçambicano (Coimbra: Almedina, 2014)


Vidas hipotecadas. Luanda pelas prisões (1950-1974)
Mónica V. da Silva

A expressão do reforço da integridade colonial, territorial e identitária, em Angola, durante o terceiro quartel do século XX, tem como um dos seus expoentes a criação, reformulação e transformação dos espaços carcerários na cidade de Luanda e o seu posicionamento na rede de prisões ultramarinas. As prisões eram peças de uma máquina ideológica com estruturas físicas de controlo e manutenção do poder colonial. O mapeamento da rede carcerária luandense e a sua análise tornam-se essenciais para a compreensão do organicismo da cidade e da sua emancipação. Se as prisões são espaços de regulação e aniquilamento de ideologias, comportamentos e identidades «outras», são igualmente plataformas de pensamento, contestação e luta política. São espaços de percursos, individuais e coletivos, onde também se travaram lutas de afirmação, de resistência e de libertação da nação angolana. Muitos foram os que afirmaram a diferença e continuaram a sua luta a partir do encarceramento político. Alguns foram os que, tendo as suas vidas hipotecadas, invitaram na escrita o sonho, a imagética real ou ficcionada da sua cidade de Luanda. Pela emancipação poética imortalizavam a cidade a partir de um espaço que a pretendia invisibilizar. Em narrativas literárias conservavam a cadência da cidade, entrelaçando espaços, pessoas e tempos. E estes discursos poéticos, produzidos nos cárceres políticos do Império, trazem-nos, hoje, mais uma perspetiva da cidade de Luanda, acautelando a memória para o valor da liberdade.

Mónica V. da Silva é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Coimbra, e licenciada em Ciências da Educação pela mesma faculdade. É estudante de doutoramento do programa Patrimónios de Influência Portuguesa, do CES/III. É investigadora júnior no CES-UC desde 2009. Os seus atuais interesses de investigação debruçam-se sobre a Guerra Colonial, Movimentos de Libertação, Colonialismo e Pós-Colonialismo, Prisões Políticas, Literatura Diarística, Memória e Património. Atualmente é investigadora no projeto "José Luandino Vieira - Diários do Tarrafal", coordenado por Margarida Calafate Ribeiro e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.


Um corpo para fazer Luanda: Reconfigurações da negra do interior na literatura angolana entre a segunda metade do século XIX e a guerra civil
Júlia Garraio

A ida do campo para a cidade, um motivo recorrente em literaturas que lidaram com processos de urbanização, migração e guerra, ganha, no contexto da literatura angolana sobre Luanda, certas particularidades advindas principalmente das raízes coloniais da cidade e do seu papel como centro nevrálgico do Estado pós-colonial. O objetivo desta comunicação é analisar como o motivo da negra do interior que se torna habitante de Luanda foi desenvolvido em três momentos fundamentais da literatura angolana como meio de problematização da identidade social e/ou nacional. Atento a vários textos, o estudo destacará as seguintes obras literárias: Nga Mutúri, noveleta de 1882 de Alfredo Troni, texto matricial da literatura angolana sobre a sociedade mestiça luandense da segunda metade do século XIX; “Linda”, conto de A Casa da Mãezinha, de António Cardoso, obra emblemática da literatura anti-colonial, escrita em 1962 nas prisões da PIDE; e “Martinha”, conto de Momento de Ilusão (2000), de Fragata de Morais, que nos remete para a fase final da guerra civil e para a explosão demográfica da cidade enquanto refúgio para os deslocados do conflito. Trata-se de obras de autores que, recorrendo a instâncias narrativas masculinas, encenaram formas de integração urbana de figuras femininas desprotegidas (a escrava, a prostituta degradada, a refugiada-prostituta órfã) marcadas por vivências de desenraizamento, despossessão, exclusão, exploração e violência sexual. Veremos assim como o motivo da negra do interior na cidade (pós-)colonial serviu sucessivamente para representar o tecido sócio-cultural emergente, legitimar a luta anti-colonial e, por fim, verbalizar as desilusões do Estado pós-colonial.

Júlia Garraio é investigadora do Centro de Estudos Sociais, onde integra o Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP), fazendo parte da atual coordenação. Grande parte da sua investigação, das suas atividades e publicações tem sido dedicada à literatura e à cultura alemã do século XX. Violência, memória, identidade, discurso e representação são conceitos essenciais no seu trabalho. Na sua dissertação de doutoramento estudou a obra do poeta alemão Günter Eich (1907-1972). O seu projeto de pós-doutoramento debruçou-se sobre a memória pública da violação de mulheres e adolescentes alemãs no contexto da Segunda Guerra Mundial. Entre as suas publicações contam-se: “Uma história "conveniente" de violações em tempo de guerra. Por que razão a Alemanha de Adenauer rejeitou Uma Mulher em Berlim e enalteceu Diário Prussioano”, in António Sousa Ribeiro (org.), Representações da Violência. Coimbra: Almedina/CES, 2013, 83-103; "Hordes of Rapists: The Instrumentalization of Sexual Violence in German Cold War Anti-Communist Discourses", RCCS Annual Review. A selection from the Portuguese journal Revista Crítica de Ciências Sociais, 5, 2013, 43-63; ""Arresting Gaddafi will be the most effective way to stop these rapes". Sexual Violence in the Western Media's Coverage of the War in Libya", E-cadernos CES, The Xenophobic an Political Manipulation of Women's Rights, 16, 2012, 111-142.


O espaço urbano da Mafalala: origem, evolução e caraterização
Nuno S. Gonçalves

RESUMO

Nuno S. Gonçalves é licenciado e mestre em Arquitetura pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Atualmente, é investigador no projeto de “De S. Paulo de Luanda a Luuanda, de Lourenço Marques a Maputo: capitais coloniais em tempos pós-coloniais” no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É estudante de doutoramento do programa Patrimónios de Influência Portuguesa, do CES/III. Os seus interesses de investigação focalizam-se na arquitetura e urbanismo na África de língua oficial portuguesa, com especial empenho pelas questões da segregação urbana, antes e depois das independências.


Mafalala: memória de uma paisagem sociocultural
Francisco Noa

Como conseguir o equilíbrio interior entre imagens distantes no tempo e uma realidade desconcertante, muitas vezes insustentável que o presente nos coloca? Julgo que esta é uma questão que tem a idade do tempo e que deve ser seguramente recorrente, com laivos de alguma angústia, sobretudo quando o que ficou para trás emerge de forma viva, poderosa e gratificante. Tenho cá para mim que uma parte assinalável dos livros de ficção e de poesia que lemos deve, voluntária e involuntariamente, perseguir esse equilíbrio.

Francisco Noa é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses (1991), mestre em Estudos Literários Comparados, com a tese Itinerário Poético de Rui Knopfli. A Outra Vertente da Literatura Moçambicana (1995) e doutorado em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, com a tese Literatura Colonial. Representação e Legitimação – Moçambique como invenção literária (2001), pela Universidade Nova de Lisboa. É ensaísta e professor de Literatura Moçambicana na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, e Investigador associado no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra. Foi diretor e investigador do Centro de Estudos Sociais Aquilo de Bragança (CESAB), em Maputo, até ao inicio de 2015, sendo atualmente Reitor da Universidade Lúrio (UniLurio), em Nampula, Moçambique. É Professor convidado, orientador e examinador de teses em universidades nacionais e no estrangeiro, assumiu ainda vários cargos de gestão em instituições de ensino superior. Entre as suas publicações, destaque para: 1997: Literatura Moçambicana: Memória e Conflito. Maputo: Imprensa Universitária; 1998: A Escrita Infinita. Maputo: Livraria Universitária; 2002: Império, Mito e Miopia. Moçambique como Invenção Literária. Lisboa: Caminho; 2008: A Letra, a Sombra e Água. Ensaios & Dispersões. Maputo: Texto Editores; 2012: Perto do Fragmento, a Totalidade. Olhares sobre a literatura e o mundo. Maputo: Ndjira; 2013: A escrita Infinita. Ensaios sobre literatura moçambicana. Maputo: Njira.


A poesia de José Craveirinha no roteiro poético da Mafalala
Fátima Mendonça

Resumo

Fátima Mendonça É Professora da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, desde 1977, tendo-se aposentado em 2004. Leccionou várias disciplinas, entre as quais Literatura Moçambicana, Literatura Comparada, Literaturas Africanas Comparadas, Literaturas da África Austral. Examinadora externa e professora visitante em diversas Universidades africanas, brasileiras e europeias. A sua investigação situa-se no campo da História Literária de Moçambique, da qual resultaram várias publicações. Membro da Associação dos Escritores Moçambicanos, de cujos órgãos directivos fez parte como vice-presidente da Assembleia-Geral e Presidente do Conselho Fiscal de 1992 a 1996. Desde 2007 é investigadora integrada do CLEPUL (Centro de culturas e literaturas lusófonas e europeias da Universidade de Lisboa). Entre as suas publicações destacam-se: João Albasini e as luzes da Nwandzengele, Maoyto: Alcance, 2014 (com César Braga-Pinto); Literatura moçambicana - as dobras da escrita. Maputo: Ndjira, 2011; Rui de Noronha: Meus versos [edição crítica da poesia de Rui de Noronha] Maputo: Texto Editores, 2006; Literatura moçambicana - a história e as escritas. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Letras, 1989; Antologia da nova poesia moçambicana: 1975 - 1988 [com Nelson Saúte]. Maputo: AEMO, 1993.



[1] Stephen Henighan, “'Um James Bond Subdesenvolvido': The Ideological Work of the Angolan Detective in Pepetela's Jaime Bunda Novels” in Portuguese Studies, 22.1 (2006): 135-152, p. 135