Prémio Távora
Sidh Mendiratta vence edição de 2013
Abril de 2013
Sidh Losa Mendiratta, investigador em pós-doutoramento no CES, venceu o Prémio Távora 2013.
O artigo publicado por Sérgio C. Andrade, no Público a 02.04.2013, explica pormenorizadamente o trabalho desenvolvido pelo investigador
«Sidh Mendiratta vencedor do Prémio Távora 2013
Arquitecto luso-indiano vai estudar as antigas casas-torres de origem portuguesa no ex-Estado da Índia, no Sri Lanka e em Timor-Leste
O projecto de estudar as casas-torres (domus-fortis) de origem portuguesa nos territórios do antigo Estado da Índia, mas também no Sri Lanka e em Timor-Leste, valeu ao arquitecto Sidh Mendiratta a 8.ª edição do Prémio Távora. O anúncio foi feito ontem à noite, nos Paços do Concelho de Matosinhos, numa sessão que incluiu uma conferência do professor e cientista Alexandre Quintanilha, convidado para presidir ao júri deste ano.
Na apresentação do seu projecto, intitulado Domus-fortis in Æquator: A Segunda Vida da Casa-Torre de Origem Europeia no Antigo Estado da Índia, Sidh Mendiratta enunciou o objectivo de "comprovar a disseminação e averiguar o papel matricial [que as referidas casas-torre tiveram] na estruturação e ordenamento dos respectivos territórios e ainda estudar a sua evolução comparando-a com a sua congénere europeia". Um programa que convenceu o júri, que unanimemente pôs em evidência "a consistência, clareza e ambição que permitirá o reconhecimento da cultura portuguesa, numa faceta menos explorada, num quadro geocultural alargado".
Com o valor actual de seis mil euros, o Prémio Távora - lançado em 2005 pela Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OA/SRN) - é uma bolsa de viagem, que permite ao vencedor concretizar um projecto de investigação. O resultado será apresentado numa conferência a realizar, também na Câmara de Matosinhos (autarquia parceira da OA/SRN no prémio), no Dia Mundial da Arquitectura, em Outubro.
De ascendência indiana e luso-alemã, Sidh Daniel Losa Mendiratta nasceu no Porto, em 1977. Ingressou no Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra em 1995, mas passou depois para a Faculdade de Arquitectura do Porto, onde terminou o curso (2005) com uma prova sobre O Convento dos Agostinhos de Velha Goa: Memórias de um Levantamento. Pelo meio (2001-02), frequentou o Goa College of Architecture, na Índia, como estudante free-mover.
Sidh Mendiratta realizou o estágio profissional no Atelier 15, no Porto, dos arquitectos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez.
Voltou à Índia em 2006, para colaborar no projecto de investigação ligado ao Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra Bombaim Antes dos Ingleses, coordenado pelos professores Walter Rossa e Paulo Varela Gomes (uma reportagem sobre este trabalho, de autoria de Alexandra Lucas Coelho, pode ser lida na revista Pública, de 25 de Fevereiro de 2007, e também no suplemento P2, de 3 de Março do mesmo ano).
A Índia foi também o tema da sua dissertação de doutoramento, Dispositivos do sistema defensivo da Província do Norte do Estado da Índia, 1521-1739, precisamente realizada sob a orientação daqueles dois professores e companheiros de viagem - tema que estará na origem do projecto agora candidatado ao Prémio Távora.
Construção Identitária: Paisagens Urbanas e Arquitectura de Origem Católica em Bombaim (séculos XVI-XX) é o tema que actualmente ocupa Sidh Mendiratta, como projecto de pós-doutoramento.
A edição deste ano do Prémio Távora mobilizou 30 candidaturas, cuja qualidade genérica foi "enaltecida" pelo júri, que este ano, para além de Alexandre Quintanilha, incluiu os arquitectos Jorge Figueira, Nelson Mota (primeiro vencedor do prémio), Ana Cristina Machado e Clemente Menéres Semide.»