Comentários/Moderação: Luciane Lucas dos Santos (CES/POLICREDOS)


Apresentação

A violência a terreiros de religiões de matriz africana (especialmente, de origem Yorùbá, Bantu e Fon) e seus adeptos no Brasil, praticada principalmente por neopentecostais, não se constitui apenas em sectarismo e ódio de crenças. Insere-se antes em um contexto mais profundo de projeto de poder político enraizado nos níveis do executivo, do legislativo e do judiciário no país. A demonização dos cultos e das divindades afro brasileiras possuem uma dimensão que transita entre a perseguição histórica desde o período colonial, chegando ao ódio nas redes sociais digitais. A determinação do "inimigo" espiritual, fonte de todos os males da vida comum, serve a estratégias  políticas e mercadologicos-corporativos.

O objetivo principal deste seminário é entender como atores encarados como inimigos políticos, sociais e religiosos da comunidade evangélica são representados em meio a uma guerra espiritual e moral, ao mesmo tempo que é conciliada uma identidade cristã forjada no risco de uma suposta perseguição a nível global. No âmbito deste seminário pretende-se, também, discutir as relações entre a política, a religião e a intolerância à diferença, com particular atenção ao período que antecede às eleições no Brasil e ao modo como as mídias neopentecostais têm sido disseminadoras das chamadas "fake news".


Nota biográfica

Cristiano Henrique Ribeiro dos Santos é Professor Adjunto na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor (2009) e Mestre (2002) em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO / UFRJ). Possui graduação em História pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1996). Tem experiência nos seguintes temas: pesquisa de opinião pública, estudos de audiência e de programação, além de estudos acadêmicos sobre comunidades religiosas de matriz africana. Atualmente, se dedica a pesquisas sobre formas de pertencimento e autogestão de comunidades-terreiro de Candomblé como organizações de quilombos urbanos e metodologias de pesquisa nas redes sociais. É pesquisador e vice coordenador do LECC-UFRJ - Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária. Atua também como coordenador do NACO - Núcleo de Apoio à Comunicação do ILÉ À ÒGÚN ÀLÁKÒRÓ (Instituição Espiritualista Oni Lewa Njo - Terreiro de Candomblé Ketu) e coordenador geral de projetos do Quilombo de Bongaba (Kilombá) - ambos em Magé, no Rio de Janeiro. É membro do Grupo Àwúre - Candomblé de Tradição e organizador, na UFRJ, do Fórum Àwúre com sacerdotes de casas tradicionais de religiões de Matriz Africana.

Bruno Maurício Mattos Martins é comunicador social, com formação em Jornalismo pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Eco-UFRJ). É integrante do grupo de pesquisa NetLab - Microssociologia e Estudos de Rede. Atua em pesquisas sobre a disseminação de desinformação e conteúdo nocivo em plataformas digitais. 

_______________________

Esta atividade realiza-se através da plataforma Zoom, sem inscrição obrigatória. No entanto, está limitada ao número de vagas disponíveis > https://us02web.zoom.us/j/88479887768 | ID: 884 7988 7768 | Senha: 419040

Agradecemos que todas/os as/os participantes mantenham o microfone silenciado até ao momento do debate. A/O anfitriã/ão da sessão reserva-se o direito de expulsão da/o participante que não respeite as normas da sala.

As atividades abertas dinamizadas em formato digital, como esta, não conferem declaração de participação uma vez que tal documento apenas será facultado em eventos que prevejam registo prévio e acesso controlado.