Curso de Formação

Racismo, Antirracismo e Artes

14 e 15 de outubro de 2022, 9h30

CES | Alta (sala 2 - dia 14) e Teatro da Cerca de S. Bernardo (dia 15)

Coord.: Marta Araújo e Catarina Martins (CES)


Apresentação

Este curso de formação aborda a persistência do racismo nas sociedades democráticas contemporâneas, procurando reflectir sobre as suas manifestações em diversos campos e identificar alternativas para o seu combate. Privilegiando metodologias qualitativas e participativas, o curso pretende oferecer uma oportunidade de dialogar sobre estas questões através de abordagens interdisciplinares para assim transformar as práticas quotidianas. Neste âmbito, dar-se-á particular importância às artes e ao seu papel. O curso inclui uma performance de Teatro do Oprimido.

Público-alvo: estudantes, professores (ensino básico, secundário e superior), investigadores, activistas, técnicos de intervenção social, e público em geral.

Inscrições gratuitas, mas obrigatórias, limitadas a 20 participantes. Com certificado de participação.


Programa

14 de outubro de 2022 (CES-Alta, sala 2)
10h00 - Raça, Racismo e Anti-Racismo: debates e abordagens | Marta Araújo (CES)
Nesta sessão, serão apresentados os principais debates académicos e políticos em torno dos conceitos de ‘raça’ e racismo, considerando a sua crescente relevância na contemporaneidade. Adentraremos depois nos debates sobre racismo e anti-racismo no contexto português, considerando a influência de discussões mais amplas sobre a história e a memória do colonialismo.

14h00 - O racismo e as representações: qual o lugar da raça nas artes? | Gonçalo Cholant (FLUC)
Neste seminário pretende-se abordar a construção e a representação da raça em diferentes variantes da arte e da cultura, tentando compreender de que forma as escolhas feitas por quem produz e quem recebe o objeto artístico, seja ele na literatura, no cinema, na televisão, etc, acabam por criar narrativas mais amplas sobre as relações raciais. Serão abordados temas como a construção dos estereótipos, as formas de resistência ao racismo, o revisionismo "woke" contemporâneo e a relevância da representatividade.

Gonçalo Cholant é Doutor em Línguas Modernas: Culturas e Literaturas (2019) pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra . É também Professor Auxiliar Convidado da Secção de Estudos Anglo-Americanos na FLUC. Atua como investigador nos seguintes temas: estudos americanos, literatura afro-americana, literatura caribenha, autobiografia, escrita de mulheres e estudos feministas, representações da violência e do trauma. É Mestre (2012) em Estudos Feministas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), Portugal, e Licenciado (2008) em Língua Inglesa e Literaturas de Língua Inglesa pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Brasil.


15 de outubro de 2022 (Teatro da Cerca de S. Bernardo)
Performance de Teatro do Oprimido: Serviçal Até Quando? pelo grupo GTO-LX

GTO-LX apresenta uma performance em formato conferência-artística, intitulada Serviçal Até Quando?. É a história de Zeba, mas podia ser a sua… Zeba é empregada doméstica e imigrante e durante este teatro fórum o convidamos a ver os desafios que o capitalismo, patriarcado e o racismo colocam na sua vida.

LABORATÓRIO AMI-AFRO (GTO-LX) | O GTO-LX desenvolve as suas actividades desde 2003, constituindo-se como uma Associação Sem Fins Lucrativos em 2005. É uma organização empenhada em estimular a participação activa e consciente dos cidadãos na construção da sociedade, desenvolvendo projectos de intervenção comunitária. Desde 2008, o GTO LX tem actuado junto de comunidades desfavorecidas e descendentes de imigrantes - abordando temas como a discriminação étnico-racial e a igualdade de género - que acompanha num processo de formação com as técnicas do Teatro do Oprimido, valorizando as suas experiências pessoais e promovendo a tomada de consciência individual e comunitária. Parte do GTO-LX, o Laboratório Ami-Afro (2012) tem sido realizado num formato de residência artística, desenvolvendo uma investigação estética e cultural no âmbito do Teatro do Oprimido. Pretende ser um espaço onde jovens e adultos afrodescendentes possam ganhar uma "outra Consciência", redescobrir a sua identidade e identificar e representar os problemas que os afectam - juntand no mesmo espaço jovens de diversos contextos da área metropolitana de Lisboa.
 

Integrado na iniciativa «Afro-Portugal: Contas de Torna-Viagem», organizada pelo Teatro Académico de Gil Vicente e o Teatro da Cerca de S. Bernardo