Teses Defendidas

Since Why is Difficult - The Representation of Violence and Trauma in African-American and Afro-Caribbean Literature by Women: Autobiography, Fiction, and Subjectivity Construction in the Bildungsroman

Gonçalo Cholant

Data de Defesa
24 de Maio de 2019
Programa de Doutoramento
Estudos Americanos
Orientação
Isabel Caldeira
Resumo
O presente trabalho lida com a representação do trauma e da violência em narrativas de formação escritas por autoras Afro-Americanas e Afro-Caribenhas nos Estados Unidos. Os tipos de violência explorados pelas neste trabalho estão relacionados com a condição pós-colonial vividas pelas protagonistas, na qual racismo, sexismo, classismo, dentre outras formas de discriminação são co-formadas em uma experiência interserccional de opressão. Os títulos analisados neste trabalho são: Lucy (1990), escrito por Jamaica Kincaid; Breath, Eyes, Memory (1994), escrito por Edwidge Danticat; Bone Black - Memories of Girlhood (1996), escrito por bell hooks; e God Help the Child (2015), escrito por Toni Morrison. O gênero literário Bildungsroman serve como a forma com a qual as autoras são capazes de demonstrar as diferentes formas de violência vividas pelas protagonistas durante o processo de crescimento como mulheres e negras nos Estados Unidos, e também nas ilhas Caribenhas de Antígua e Haiti, nos casos de Kincaid e de Danticat respectivamente. As narrativas de formação escritas por mulheres, e mais especificamente por mulheres afro-americanas e afro-caribenhas, tendem a demonstrar percursos em que as tensões entre a autodeterminação das protagonistas e as influências sociais e culturais que incidem sobre as suas oportunidades de desenvolvimento são negociadas. O gênero literário em questão é adaptado e subvertido pelas autoras, desviando-se de sua forma canônica europeia, tornando-se um espaço em que as autoras são capazes de representar diferentes formas de violência e as subsequentes consequências traumáticas causadas pela mesma. Através da perspectiva da Sociologia das Ausências (Santos), a análise concentra-se em trazer para o primeiro plano tipos de violência que foram previamente construídos como invisíveis pelo colonialismo, já que a escrita de cariz criativo é capaz de mais claramente ver além da linha abissal, servindo como uma forma de análise de realidades que frequentemente não são inteiramente percebidas. A literatura acaba por ser uma espaço de resistência, no qual a representação da violência e do trauma, até algum ponto, torna-se possível, servindo como ferramenta para a denúncia da violência e do trauma, além de tornar-se uma ferramenta no processo de superação do trauma.

PALAVRAS-CHAVE: Trauma, Violência, Representações da Violência, Literatura, Literatura Afro-Americana, Literatura Afro-Caribenha, Jamaica Kincaid, Edwidge Danticat, bell hooks, Toni Morrison