Teses Defendidas

Arquitectura hospitalar e assistencial promovida por Bissaya Barreto

Ricardo Jerónimo Silva

Data de Defesa
16 de Dezembro de 2013
Orientação
José António Bandeirinha
Resumo
Um dos aspectos fundamentais da investigação em curso é perceber até que ponto, e em que medida, as características pessoais do médico e político Bissaya Barreto encontram, na arquitectura dos equipamentos por si promovidos, a síntese privilegiada. As obras arquitectónicas promovidas por Bissaya Barreto revestem-se de especial interesse na medida em que se inserem num período fundamental para compreender o conceito de Modernidade na arquitectura portuguesa, ou seja, são parte integrante do campo em que se confrontaram os defensores da "Casa Portuguesa" e os do "Movimento Moderno".

Outro ponto basilar, será a clarificação da relação entre Bissaya Barreto e os diversos profissionais que com ele colaboraram. Que papel desempenharam arquitectos como Raul Lino, Carlos Ramos e Cassiano Branco, no projecto e na construção de cada um dos equipamentos idealizados por este promotor? De que forma contribuiu este para a sua «transformação de processos», apostando na sua «maleabilidade»? A averiguação do grau de envolvimento de Bissaya Barreto na elaboração dos projectos é ainda, neste momento, demasiado especulativa. Pessoa informada, numa constante busca de novos dados e conhecimentos, viajava frequentemente, dando a entender realmente ter bem definido o que pretendia "construir". Para melhor interpretar as suas obras será também crucial o conhecimento dos modelos arquitectónicos que estudou, os arquitectos que o inspiraram, as correntes estéticas e funcionais que investigou e as obras que visitou, em Portugal e no Estrangeiro.

Finalmente, a forma como Bissaya Barreto defendia Coimbra e a sua região enquanto geradora de equilíbrios no que diz respeito ao território nacional, opondo-se à excessiva e histórica bipolarização Lisboa/Porto e a centralismos cegos e injustos, é também um campo que merece especial atenção, devido à importância que este aspecto evidencia no contexto do entendimento global de Portugal enquanto território e enquanto espaço de criação arquitectónica e desenvolvimento urbano.