Teses Defendidas

Ecologia de Saberes e Justiça Cognitiva. O movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST) e a universidade pública brasileira: um caso de tradução?

Marcos Moraes Valença

Data de Defesa
10 de Fevereiro de 2015
Programa de Doutoramento
Pós-Colonialismos e Cidadania Global
Orientação
António Sousa Ribeiro
Resumo
Pretendo compreender como se dá a tradução no espaço fronteiriço entre o MST e a Universidade Pública Brasileira, através do Programa Nacional da Educação na Reforma Agrária - PRONERA - do Ministério do Desenvolvimento Agrário do Brasil, voltado à educação formal das pessoas do campo. Escolho como campo, a Sala de Aula da Universidade de Pernambuco, o Assentamento e o Acampamento, através do curso de Pedagogia da Terra. Investigarei se há a ecologia de saberes, gerando a justiça cognitiva. Se há a possibilidade de contra-hegemonia, através da descolonização da Universidade, assim como do próprio MST, proporcionando a justiça cognitiva e, consequentemente, social, entre essas culturas distintas. Por fim, gostaria de saber quais as tensões e os diálogos existentes nesse espaço fronteiriço, no encontro de saberes e conhecimentos.
A minha hipótese é que é possível encontrar uma constelação de saberes, proporcionando uma contra-hegemonia, no espaço fronteiriço da Universidade e do MST, porém com contradições e dúvidas. A Universidade, representante da ciência moderna ocidental, passar a dialogar com um movimento social, contribuindo para a formação desse, necessita, no meu ponto de vista, dialogar e respeitar os conhecimentos e saberes produzidos pelos(as) educandos(as) para viabilizar a ecologia de saberes. O Movimento, por outro lado, deve respeitar os Sem Terra que intervêm nos Assentamentos e Acampamentos, com os conhecimentos e saberes adquiridos na Universidade. Em ambas as culturas a relação de poder deve ser norteada pelo diálogo, pela horizontalidade.