Seminário

As finanças internacionais e acumulação de capital fictício num processo de formação de classes capitalistas nacionais. Uma reflexão a partir da realidade de Moçambique

Carlos Castel-Branco (ISEG/CEsA)

29 de maio de 2019, 16h00

Sala 1, CES | Alta

Enquadramento

Este seminário estrutura-se em torno de dois temas centrais: (i) as razões e processos históricos que tornaram a relação com o sistema financeiro internacional tão importante e dominante em Moçambique, e (ii) como é que esta interação é estruturada por, e, simultaneamente, estrutura as dinâmicas e opções da economia política do sistema de acumulação de capital privado em Moçambique.

O seminário oferece uma perspetiva mais ampla e sistemática que procura contextualizar historicamente os escândalos financeiros que afetam Moçambique. Esta reflexão é parte de uma linha de investigação sobre financeirização e desindustrialização no contexto africano que, por sua vez, faz parte de um projeto mais amplo de investigação, que ainda se encontra nas suas fases primárias de desenvolvimento, sobre os paradoxos e limites dos processos de acumulação de capital em contextos pós-coloniais de desenvolvimento desigual do capitalismo na era da financeirização.

Apresentação: Maria Paula Meneses (CES). Comentários José Maria Castro Caldas (CES)


Nota biográfica

Carlos Castel-Branco, moçambicano, economista, é doutorado em economia pela Universidade de Londres (Departamento de Economia do SOAS), mestre em desenvolvimento económico pela Universidade de Oxford, mestre em desenvolvimento industrial pela Universidade de East Anglia. Atualmente é professor associado convidado do ISEG (Lisbon School of Economics and Management) e investigador do CEsA (Centro de Estudos sobre África, Ásia e América Latina).

A sua área de investigação tem-se centrado na economia política dos sistemas de acumulação de capital, com enfoque em Moçambique. Neste contexto, está a desenvolver um projecto de investigação sobre os paradoxos e limites dos processos de acumulação de capital em contextos pós-coloniais de desenvolvimento desigual do capitalismo, na era da financeirização, de que faz parte a linha de investigação sobre financeirização e desindustrialização no contexto africano.

Anteriormente foi membro das Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM - 1977-1983), funcionário do departamento de política económica (1983-1989), assessor no Ministério da indústria e energia (1989-1990), Professor associado na Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (1993-2013). É membro fundador do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), um instituto moçambicano independente de pesquisa em ciências sociais, de que foi o primeiro diretor (2007-2012) e coordenador do grupo de investigação de economia e desenvolvimento (2007-2017). 


Atividade no âmbito do Programa de Doutoramento «Pós-Colonialismos e Cidadania Global»