Teses Defendidas
Indigenous peoples and the right to prior consultation: scopes and limits of its implementation in Mexico
20 de Novembro de 2024
Human Rights in Contemporary Societies
Michela Giovannini
A instalação de projetos de desenvolvimento em territórios indígenas-como represas, minas, aquedutos e parques eólicos-tem gerado impactos significativos nos povos indígenas, suas formas de vida e violações de seus direitos humanos. Em resposta, numerosos tratados internacionais, como a Convenção 169 da OIT e a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, reconheceram o direito à consulta prévia como um direito humano fundamental, regulando a exigência de consentimento prévio por parte das comunidades indígenas afetadas. No entanto, a implementação desse direito continua sendo profundamente inadequada. Em muitos casos, a consulta prévia se reduz a uma formalidade burocrática realizada apenas após a aprovação ou até mesmo o início dos megaprojetos, limitando assim sua eficácia real.
Frequentemente, os processos de consulta não cumprem com os princípios de boa-fé e participação autêntica, pois as comunidades indígenas enfrentam prazos apressados, informações incompletas e falta de verdadeiras opções para influenciar as decisões. Além disso, os mecanismos de consulta geralmente carecem de transparência e de garantias que assegurem que os comentários e objeções das comunidades sejam efetivamente considerados. Essa lacuna entre o marco legal e sua implementação prática não apenas mina o direito dos povos indígenas de tomar decisões informadas sobre seu futuro, mas também perpetua a marginalização dessas comunidades diante das pressões de desenvolvimento.
Nesse contexto, este estudo tem como objetivo analisar o alcance e as limitações do direito à consulta prévia para os povos indígenas por meio de uma investigação aprofundada de três casos paradigmáticos no México. Os casos examinados incluem a instalação de um aqueduto em Sonora, parques eólicos em Juchitán de Zaragoza, Oaxaca, e o corredor interoceânico no Istmo de Tehuantepec, Oaxaca. Através desses estudos de caso, a análise busca avaliar a eficácia da aplicação atual dos processos de consulta prévia, explorando até que ponto eles respeitam os direitos e as vozes das comunidades indígenas. Além disso, o estudo revela as discrepâncias significativas entre o marco teórico e a implementação prática do direito à consulta prévia, permitindo identificar os principais obstáculos e desafios enfrentados na implementação eficaz desse direito, destacando deficiências na participação genuína e no respeito pelos direitos das comunidades afetadas.
Além disso, o estudo se insere dentro de uma crítica mais ampla às práticas de desenvolvimento capitalista, propondo modelos alternativos de desenvolvimento que não apenas questionem as metodologias tradicionais, mas também priorizem o bem-estar das comunidades indígenas e a sustentabilidade ambiental. Ao defender modelos de desenvolvimento que promovam a colaboração respeitosa e equitativa, o estudo ressalta as soluções que respeitam e valorizam os valores culturais e ambientais das comunidades indígenas, contribuindo assim para uma coexistência harmoniosa entre desenvolvimento e sustentabilidade.
Em última análise, esta pesquisa aspira a lançar luz sobre a necessidade de um compromisso mais genuíno e respeitoso com os povos indígenas, defendendo modelos de desenvolvimento que não apenas imponham projetos extrativistas, mas trabalhem de forma colaborativa para encontrar soluções que respeitem e integrem os valores, necessidades e conhecimentos das populações indígenas. Essa abordagem não só apoia a preservação das culturas e formas de vida, mas também promove práticas de desenvolvimento sustentável e equitativas que beneficiam tanto as comunidades quanto o meio ambiente.
Palavras chave: consulta prévia, povos indígenas, direitos humanos, megaprojetos de desenvolvimento
Data de Defesa
Programa de Doutoramento
Orientação
Resumo
Frequentemente, os processos de consulta não cumprem com os princípios de boa-fé e participação autêntica, pois as comunidades indígenas enfrentam prazos apressados, informações incompletas e falta de verdadeiras opções para influenciar as decisões. Além disso, os mecanismos de consulta geralmente carecem de transparência e de garantias que assegurem que os comentários e objeções das comunidades sejam efetivamente considerados. Essa lacuna entre o marco legal e sua implementação prática não apenas mina o direito dos povos indígenas de tomar decisões informadas sobre seu futuro, mas também perpetua a marginalização dessas comunidades diante das pressões de desenvolvimento.
Nesse contexto, este estudo tem como objetivo analisar o alcance e as limitações do direito à consulta prévia para os povos indígenas por meio de uma investigação aprofundada de três casos paradigmáticos no México. Os casos examinados incluem a instalação de um aqueduto em Sonora, parques eólicos em Juchitán de Zaragoza, Oaxaca, e o corredor interoceânico no Istmo de Tehuantepec, Oaxaca. Através desses estudos de caso, a análise busca avaliar a eficácia da aplicação atual dos processos de consulta prévia, explorando até que ponto eles respeitam os direitos e as vozes das comunidades indígenas. Além disso, o estudo revela as discrepâncias significativas entre o marco teórico e a implementação prática do direito à consulta prévia, permitindo identificar os principais obstáculos e desafios enfrentados na implementação eficaz desse direito, destacando deficiências na participação genuína e no respeito pelos direitos das comunidades afetadas.
Além disso, o estudo se insere dentro de uma crítica mais ampla às práticas de desenvolvimento capitalista, propondo modelos alternativos de desenvolvimento que não apenas questionem as metodologias tradicionais, mas também priorizem o bem-estar das comunidades indígenas e a sustentabilidade ambiental. Ao defender modelos de desenvolvimento que promovam a colaboração respeitosa e equitativa, o estudo ressalta as soluções que respeitam e valorizam os valores culturais e ambientais das comunidades indígenas, contribuindo assim para uma coexistência harmoniosa entre desenvolvimento e sustentabilidade.
Em última análise, esta pesquisa aspira a lançar luz sobre a necessidade de um compromisso mais genuíno e respeitoso com os povos indígenas, defendendo modelos de desenvolvimento que não apenas imponham projetos extrativistas, mas trabalhem de forma colaborativa para encontrar soluções que respeitem e integrem os valores, necessidades e conhecimentos das populações indígenas. Essa abordagem não só apoia a preservação das culturas e formas de vida, mas também promove práticas de desenvolvimento sustentável e equitativas que beneficiam tanto as comunidades quanto o meio ambiente.
Palavras chave: consulta prévia, povos indígenas, direitos humanos, megaprojetos de desenvolvimento