Teses Defendidas

Do homem ao homem: a transição para a História

Angélica Gusmão

Data de Defesa
26 de Outubro de 2018
Programa de Doutoramento
Governação, Conhecimento e Inovação
Orientação
João Arriscado Nunes
Resumo
Esta tese narra uma expedição, uma história que não obedece a uma cronologia dos tempos, nem a uma geografia dos lugares. Ela parte das memórias que se reconstroem nos diálogos com os mortos, sobre cujas ideias foram erguidos os templos humanos, de onde o homem é exaltado sobre o trono das representações e todas as formas de vida são apenas recursos para a sua sobrevivência. Deste lugar, o palco e a existência confundem-se na realidade, tornando impossível narrar a jornada humana por meio da sua imagem ou dos seus discursos, porque as palavras e as formas apenas compõem o conjunto de seus personagens e, assim, difícil é afirmar se o homem é o que o caracteriza ou se o que o caracteriza é o seu próprio caráter, a sua própria natureza. Destarte, a segunda jornada que esta tese empreende é em direção à intimidade da inconsciência que revela na intenção dos atos a herança ancestral dos valores morais, as causas e efeitos das escolhas coletivas, assim como a vivacidade dos impulsos e instintos primordiais que compõem uma natureza humana a clamar pela reconciliação do homem com a Natureza e do homem com ele mesmo, com os sentidos que governam a sua consciência, mais do que a razão regula as suas decisões. Antes dessa conciliação, todo movimento humano o colocará a idealidade da sua imagem como modelo de suas ambições externas na economia servil da sobrevivência. Até aqui a ciência humana garantiu a nossa existência material e avançou extraordinariamente a nossa capacidade tecnológica; o que se pergunta é se permitirá viver todas as formas animadas e se fará viver o homem integral quando alimentar os anseios da subjetividade humana forem tão importantes quanto nutrir o corpo, pois no encontro do homem com o homem emergirá a empatia que despertará a necessidade dos afetos, do amor, da alegria, da fraternidade, da conciliação, e todo o contrário será impotência. Nesse dia o egoísmo humano não empreenderá qualquer outra luta que não seja em prol da própria felicidade e o homem estará pronto a fazer a jornada da transição para a História, rumo ao Reino da Liberdade, como avistou Marx.

Palavras-chave: Marx, História, transição, liberdade, humanidade, egoísmo, consciência, inconsciência, homem.