O Gender Workshop promove mensalmente Conversas Feministas com convidadas que trabalham pelas mulheres e pela igualdade de género nas mais diversas áreas de atividade. As convidadas desta sessão serão Vânia Couto e Cristina Valentim. Em destaque, o trabalho de Vânia Couto na área da música e de projetos de promoção da cultura e das artes das mulheres, da cultura popular e tradicional portuguesa à pedagogia artística.


Notas biográficas

Vânia Couto, Mulher e Artista, é cantora, multi-instrumentista, ativista e trabalha sobre a Cultura Tradicional Portuguesa desde os 22 anos, tendo tido o GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra) como escola. Tem desenvolvido trabalhos de preservação do património natural e histórico, participou em projetos locais e inclusivos ligados à tradição e cultura de cada comunidade, bem como recolhas e trabalhos artísticos dedicados à Mulher: “Fado de Coimbra na Voz da Mulher” – Concerto e Doc’; Disco de Divulgação do Património do Fado em todas as regiões de Portugal – “Viagens do Fado”; Discos de Recolha tradicional Portuguesa e Património Musical – 3 Álbuns de Macadame; DiscoFonte Grande (JACC) ; Disco “Rezas, Cantigas e outros Quebrantos” (com Cesar Prata) - recolhas de música tradicional e da tradição oral e religiosa portuguesas. Faz parte do Projeto Pensão Flor, premiado como o melhor álbum Antena 1 de 2013, contando já com 2 álbuns e o reconhecimento nacional. Foi professora e fundou um projeto de Educação Para as Artes que engloba a aprendizagem da Cultura e do Património musical e artesanal português. Fundou a Associação CATRAPUM, onde trabalha o serviço educativo e cultural e intervenção pela arte, no trabalho com comunidades ciganas, bairros sociais, CAT’s, autismo, entre outras. Fundou o Coro Das Mulheres da Fábrica, um coro de Mulheres da Região Centro que reinterpreta o Cancioneiro Popular Português e do Mundo, composto por mais de 60 mulheres.

Cristina Sá Valentim é antropóloga social-cultural (Licenciatura e Mestrado, Universidade de Coimbra) e doutorada em Sociologia no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. No doutoramento, analisou canções populares cokwe recolhidas na década de 1950 no nordeste angolano, articulando a música e o trabalho forçado com práticas de dominação colonial e de resistência. Realizou trabalho de campo etnográfico em Portugal e em Angola, conjugando pesquisa em arquivos coloniais sonoro-documentais e em história oral. Em 2022 publicou o livro Sons do Império, Vozes do Cipale. Canções cokwe e Memórias do Trabalho Forçado nas Lundas, Angola, que resultou da sua tese ter sido a vencedora do Prémio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto (Edição 2019-2020). Atualmente, é Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa no âmbito do Concurso Estímulo ao Emprego Científico Individual (CEEC) da FCT, dando sequência à sua pesquisa em coleções musicais/sonoras produzidas em Angola durante o colonialismo português tardio.