Teses Defendidas
Macau e a procura de uma nova identidade: A multiculturalidade como fundamento na (re)construção da cidade
16 de Maio de 2024
Patrimónios de Influência Portuguesa
Leonor Diaz de Seabra
e
Walter Rossa
Macau surgiu fruto de uma negociação e durante mais de quatro séculos teve uma governação partilhada com incidência na construção da cidade, no tecido urbano e na arquitetura. A governação bicéfala, ou "fórmula de Macau", possibilitou um processo do qual os governos português e chinês saiam ganhadores e foi a multiculturalidade existente que permitiu a abrangência conducente às soluções encontradas.
No século XIX, depois do surgimento de Hong Kong com um estatuto político definido, Macau voltou a estar em questão devido à inexistência de um acordo formal que balizasse o território. A Macao question só encontrou resposta depois da transferência de soberania em dezembro de 1999, o que me levou a ponderar que a inexistência de fronteiras, a negociação e a visão abrangente resultante da multiculturalidade, permitiram a existência de uma cidade que se materializava e reconstruia continuamente em resposta às solicitações surgidas.
Neste "jogo" importava perceber se a visão estratégica que a multiculturalidade permitia se iria estender para lá de 1999, uma vez que um dos interlocutores deixava de estar presente.
Esta dissertação defende que a multiculturalidade permanece após o retorno de Macau à China e que novas perspetivas se abrem no relacionamento que se planeia ao nível internacional no âmbito da Belt and Road Initiative e, ao nível regional, no "prolongamento" de Macau para a ilha de Hengqin como cidade chave da Greater Bay Area.
Estes desenvolvimentos traduzem-se num processo de (re)construção urbana, negociado com parceiros internacionais, onde se pretende que as caraterísticas multiculturais da cidade prevaleçam.
Palavras-chave: Fórmula de Macau; Identidade; Multiculturalidade; Reconstrução
Data de Defesa
Programa de Doutoramento
Orientação
Resumo
No século XIX, depois do surgimento de Hong Kong com um estatuto político definido, Macau voltou a estar em questão devido à inexistência de um acordo formal que balizasse o território. A Macao question só encontrou resposta depois da transferência de soberania em dezembro de 1999, o que me levou a ponderar que a inexistência de fronteiras, a negociação e a visão abrangente resultante da multiculturalidade, permitiram a existência de uma cidade que se materializava e reconstruia continuamente em resposta às solicitações surgidas.
Neste "jogo" importava perceber se a visão estratégica que a multiculturalidade permitia se iria estender para lá de 1999, uma vez que um dos interlocutores deixava de estar presente.
Esta dissertação defende que a multiculturalidade permanece após o retorno de Macau à China e que novas perspetivas se abrem no relacionamento que se planeia ao nível internacional no âmbito da Belt and Road Initiative e, ao nível regional, no "prolongamento" de Macau para a ilha de Hengqin como cidade chave da Greater Bay Area.
Estes desenvolvimentos traduzem-se num processo de (re)construção urbana, negociado com parceiros internacionais, onde se pretende que as caraterísticas multiculturais da cidade prevaleçam.
Palavras-chave: Fórmula de Macau; Identidade; Multiculturalidade; Reconstrução