Resumo

Este texto aborda a questão crucial da informação falsa na área da saúde e o impacto que a mesma pode ter na definição das políticas públicas em saúde. No caso da vacinação e das doenças infeciosas, as autoras e o autor relembram como a informação falsa predomina e tem marcado as discussões no espaço público virtual, com consequências diretas nas práticas e nos comportamentos das pessoas. No âmbito da pandemia COVID-19, a Organização Mundial de Saúde cunhou, para caracterizar por analogia a profusão de informação falsa sobre o tema, o sugestivo termo “infodemia”.

Cristina Pulido e os/as colegas aplicam a Análise de Conteúdo Comunicativa, um método de análise criado por elas/es, aos tweets sobre a COVID-19 para dois dias de fevereiro de 2020 em todas as línguas. O objetivo é analisar a dinâmica da infodemia e retirar lições para a uma comunicação em saúde pública mais consequente.

O resultado mais relevante reportado no artigo é o facto de que, embora sejam enviados mais tweets com informação falsa sobre a COVID-19, a atividade de reenvio das mensagens (retweeting) é na sua maioria baseada em dados científicos ou na verificação dos mesmos. Tal pode ser devido à especificidade de uma emergência sanitária ou à relevância da informação veiculada para o quotidiano dos utilizadores das redes sociais virtuais.