Heranças coloniais em tempos de 'Black Lives Matter'

Estudos CES

A memory of concrete: politics of representation and silence in the Agostinho Neto Memorial

Miguel Cardina

Vasco Martins

Kronos

Apresentação

Como pensar o movimento Black Lives Matter e sua articulação com o passado colonial a partir de um país com uma história tão complexa como a de Angola? Proponho a leitura de um texto de minha autoria e de Miguel Cardina intitulado A memory of concrete: politics of representation and silence in the Agostinho Neto Memorial. Partindo do Memorial António Agostinho Neto como lugar de memória da luta de libertação de Angola por excelência, este artigo mostra que a memorialização do primeiro presidente de Angola adoptou formatos de narrativa ocidentalizados que atrofiaram memórias do passado histórico. Nesse processo, o memorial celebra apenas um único homem, o grande herói, ofuscando a contribuição de todos e todas os/as que participaram na gesta de libertação bem como a própria luta em si, silenciando importantes nuances na contextualização da violência colonial na paisagem mnemónica de Angola.