Livro

«Passados Reapropriados: Pós-Memória e Literatura» de Felipe Cammaert

Edições Afrontamento | Memoirs || 2022

Sinopse

Passados reapropriados: pós-memória e literatura (2022) comenta a riqueza das representações literárias da pós-memória no contexto pós-colonial. Baseando-se numa seleção de escritores de Portugal, França e Bélgica, estudados no âmbito do projeto «MEMOIRS – Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias», o livro interessa-se por algumas das temáticas comuns às escritas destes três países, em particular as questões da reencenação dos fantasmas e dos mitos coloniais nestas obras, assim como a reapropriação das memórias coloniais através de uma nova leitura das imagens e arquivos desse período. Igualmente, este ensaio debruça-se sobre as modalidades da configuração da pós-memória na literatura, e nomeadamente sobre a natureza da ligação que mantêm os sete autores escolhidos com o passado dos seus respetivos países. Este livro explora as situações específicas em que a memória do colonialismo é representada, na literatura, para além da existência de um vínculo biográfico entre o descendente escritor e o passado familiar, apelando assim a uma transmissão de tipo cultural. Em suma, Passados reapropriados: pós-memória e literatura pretende mostrar as dinâmicas e potencialidades do dispositivo narrativo para representar, na realidade espácio-temporal da ficção, as transferências intergeracionais do trauma colonial europeu.
 

Sobre o autor

Felipe Cammaert é Investigador do Centro de Línguas, Literaturas e Culturas (CLLC/DLC) da Universidade de Aveiro. Foi investigador em Pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, no âmbito do projeto «MEMOIRS – Filhos de Império e Pós-memórias Europeias» (2018-2021) e na Biblioteca Nacional da Colômbia (2015-2016), entre outros. É Doutor em Estudos Românicos e Literatura Comparada pela Universidade Paris-Nanterre, com uma tese sobre as representações da memória na obra de António Lobo Antunes e de Claude Simon. Tem sido docente nas Universidades de Picardie (França), Lisboa, Aveiro (Portugal) e Los Andes (Colômbia). É também tradutor do francês e do português de autores contemporâneos para a América Latina. Em 2021, recebeu um apoio à mobilidade para tradutores literários no âmbito do programa i-Portunus (Europa Criativa – Comissão Europeia).
 

Imagem de capa: Mário Faria, alferes miliciano médico, Moçambique, 1968 | © Arquivo privado de Paulo Faria (Cortesia do escritor).