MSCA - Postdoctoral Fellowships 2023
Concurso de bolsas European Marie Sklodowska-Curie Actions
Candidaturas até 14 MAIO 2023
A) O Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra informa que acolhe candidaturas de investigadores/as interessados/as em concorrer às Marie Slodowska-Curie Actions 2023, programa Horizonte Europa da Comissão Europeia, para atribuição de financiamentos individuais: Postdoctoral Fellowships.
São candidatas/os elegíveis investigadoras/es detentoras/es de grau de Doutoramento, com experiência de investigação pós-doutoral até um máximo de 8 anos, e que cumpram os seguintes critérios de mobilidade:
- regra de mobilidade do programa MSCA: não ter residido nem desenvolvido a sua atividade principal no país da instituição de acolhimento por mais de 12 meses nos últimos 36 meses.
- ser nacional ou residente de longa duração (pelo menos 5 anos consecutivos) de um Estado Membro da EU ou país Associado (só para modalidade Global)
B) Neste concurso MSCA-PF 2023, o CES apoiará até 6 candidaturas: 5 em áreas temáticas predefinidas e 1 em tópico livre. As candidaturas a apoiar serão selecionadas pelo Conselho Científico do CES.
C) O processo de candidatura ao CES como instituição de acolhimento cumpre o seguinte calendário:
- O prazo de apresentação de propostas de candidatura decorre entre 1 de março e 14 de maio de 2023. Deverá ser enviada uma síntese da proposta, através de formulário eletrónico próprio (clicar para aceder), de acordo com o template MSCA.
- Os/as candidatos/as selecionados/as participarão num workshop online de apoio à preparação do projeto a ter lugar na primeira semana de junho.
- Até 18 de junho de 2023, os/as candidatos/as selecionados/as enviam ao CES e supervisores/as as propostas completas.
- Após esta data, os/as candidatos/as trabalharão em estreita articulação com o/a responsável científico indicado pelo Conselho Científico e com o Gabinete de Gestão de Projetos na melhoria e afinação da candidatura que terá de ser submetida até 13 de setembro de 2023 na respetiva plataforma da Comissão Europeia.
Áreas Temáticas
Tópico 1: A economia política das tensões internacionais: da guerra à inflação e à desglobalização
Este eixo de investigação pretende fomentar a análise sobre a realidade portuguesa, a partir da perspetiva desta periferia europeia, da economia política de algumas das principais tensões internacionais e das suas variegadas manifestações territoriais, com especial destaque para três tópicos. Em primeiro lugar, os impactos socioeconómicos e políticos da guerra em curso na Ucrânia, bem como o lugar dos choques entre potências com interesses divergentes neste contexto. Em segundo lugar, o processo inflacionário, fruto das perturbações nos sistemas de provisão de energia e dos efeitos da pandemia nas cadeias de valor, causador e revelador de profundas tensões distributivas. E, em terceiro lugar, os sinais que apontam para a existência de processos espontâneos e deliberados de retração da globalização, que teria já passado o seu pico, indiciadores de um lugar mais saliente para os Estados nacionais e suas estratégias.
Conjugando a análise das forças sociais e políticas das várias ordens mundiais possíveis e das diferenciadas capacidades materiais dos Estados a agenda de investigação proposta apela à apresentação de candidaturas empenhadas em promover análises críticas de economia política internacional, atentas às mutações, eventualmente sistémicas, em curso numa História longe do seu fim.
Tópico 2: Democracia, resistências e alternativas.
Centrado na análise de processos de ação coletiva, este tópico debruça-se sobre as abordagens críticas às noções e praxis de democracia e cidadania, com foco nas lutas, rebeliões e protestos sociais que confrontam as estruturas do capitalismo, do colonialismo e do heteropatriarcado. Este tópico apela, ainda, à análise dos desafios colocados pelo estreitamento da democracia na sua versão liberal, das práticas da democracia representativa, e do ressurgimento de populismos nacionalistas no século XXI.
Tópico 3: Novas cartografias da Europa e do Sul Global: representações, saberes, violências e memórias
Este eixo de investigação pretende fomentar a análise das articulações entre a Europa e o Sul Global, a várias escalas, no quadro de um mundo crescentemente multipolar. Aceita propostas nos seguintes temas: Novas cartografias da Europa – Representações, violências e memórias; Epistemologias do Sul, descolonização e os pluriversos do saber; Transnacionalismos, diásporas e mobilidades; e Geopolíticas contemporâneas, Intervencionismo global e processos de paz.
Tópico 4: Processos de vulnerabilização de indivíduos e /ou comunidades e o papel das políticas públicas
Este eixo de investigação pretende fomentar a análise dos processos de vulnerabilização de pessoas individuais, famílias e /ou comunidades, bem como do papel das políticas públicas que promovam o seu empoderamento e resiliência. Privilegiar-se-á uma abordagem interdisciplinar das temáticas referidas, que possa articular-se com outras agendas do CES e que apresente uma forte ênfase na utilização de metodologias participativas.
Tópico 5: Reformulando as conexões natureza-humano e os vínculos culturais urbano-rurais
As culturas urbanas estão imbuídas da necessidade urgente de enfrentar os desafios contemporâneos relacionados com as alterações climáticas e as desigualdades sócio-territoriais. Um dos desafios passa pela relação das cidades com a natureza, que surge como oportunidade para tornar as cidades mais verdes e mais saudáveis para os seus habitantes. Os processos de repensar e renovar as ligações entre a natureza e os seres humanos contribuem para novos e crescentes campos de investigação, tais como a investigação-ação e a investigação de base comunitária, onde o envolvimento integrado dos/as cidadãos/ãs tem vindo a impulsionar a criação de cidades mais democráticas e justas. Um desafio complementar é a necessidade de repensar e renovar os vínculos culturais urbano-rurais, que são contextualizadas pela transformação gradual das cidades e suas áreas circundantes através de interconexões dinâmicas e multifacetadas. Estes temas estão a ser investigados para compreender como os modos de vida urbanos podem aprender e integrar culturas e conhecimentos rurais enquanto, simultaneamente, as culturas de territórios não urbanos/rurais podem dialogar com as culturas de base urbana para encontrar formas inovadoras de abordar questões como desigualdades, coesão e mudança social, capacitação e desertificação. Neste sentido, é necessária investigação interdisciplinar que envolva e integre perspetivas e conhecimentos dos domínios do ambiente, ciências sociais, práticas artísticas, e planeamento urbano.
Tópico 6: Livre