Num contexto em que o neoliberalismo atravessa as universidades, impondo exigências de alta produtividade em tempos cada vez mais reduzidos, propomos a realização de uma Oficina de Relaxamento e Experiência de Paz, inspirado no movimento slow scholarship. O slow scholarship surge como resposta às dinâmicas de produção acelerada e desumanizada da academia, defendendo práticas de autocuidado, resistência quotidiana e construção de comunidades positivas e solidárias no âmbito académico (Mountz et al., 2015). Este movimento não apenas reafirma o compromisso com uma formação, investigação e ensino de qualidade, mas também encarna uma ética feminista coletiva de cuidado, desafiando o ritmo acelerado e o elitismo da universidade neoliberal (Caretta & Faria, 2020).

Esta oficina de duas horas propõe uma vivência coletiva de autocuidado e bem-estar, utilizando ferramentas de autoconhecimento (Ammann, 2018). Acreditamos que o processo de criação académica não se limita apenas à mente e à reflexão intelectual, mas integra também o corpo e o coração. Assim, partiremos do exercício do sentir, incorporando práticas que favoreçam a clareza mental, a serenidade emocional e o bem-estar físico.

O principal objetivo  é oferecer ferramentas práticas que nos permitam pensar com a mente clara, agir com o coração tranquilo e habitar o corpo de forma saudável. Pretendemos, com esta iniciativa, contribuir para a promoção da saúde mental e do cuidado coletivo na nossa comunidade académica. Dessa forma, esta oficina propõe vivências que fortalecem o autocuidado individual, que intencionam liberar-se das tensões cotidianas, experimentar a paz e, ao mesmo tempo, incentivar a construção de redes de apoio e solidariedade na vida universitária. Trata-se de um convite a desacelerar, cuidar de si e dos outros, e reafirmar o compromisso com uma comunidade académica mais humana, coerente e solidária.

** O espaço para a oficina é limitado a 20 pessoas, pelo que é a inscrição é obrigatória > aqui


Notas biográficas

Djamila Andrade é Doutoranda no programa "Direitos Humanos nas Sociedades Contemporâneas" no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Mestre em Sociologia na mesma Universidade (2023) onde apresentou a dissertação "Ecofeminismos e o Desenvolvimento em Moçambique. Críticas ecofeministas ao desenvolvimento a partir das vozes e práticas de mulheres académicas e camponesas da província de Maputo". Com um percurso interdisciplinar, licenciada em Engenharia Informática de Telecomunicações pelo Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC) em Maputo, Moçambique (2007), desenvolveu com uma carreira internacional na área das comunicações móveis. Os seus interesses atuais de investigação incluem ecofeminismos, ecologia política feminista e agroecologia.

Cristiane Prudenciano de Souza é Doutoranda em Estudos Contemporâneos pela Universidade de Coimbra, bolseira pela Fundação de Ciência e Tecnologia (2024/2028). Investigadora colaboradora nos grupos de investigação do CEIS20 - Universidade de Coimbra, "Políticas e Organizações Educativas e Dinâmicas Educacionais" e "Europeísmo, Atlanticidade e Mundialização". Mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (2018). Pós Graduada em Docência pela FMU - Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (2002). Bacharel em Administração de Empresas pela UNIMESP (1995). Docente do Senac/SP

Atividade no âmbito da Oficina de Ecologia e Sociedade (ECOSOC-CES)