Colóquio

Os Mapas da Memória: uma cartografia pós-colonial europeia

27 de junho de 2024, 9h30-13h00

Evento em formato digital

Notas biográficas

Margarida Calafate Ribeiro é doutorada pelo King´s College, Universidade de Londres. É investigadora-coordenadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e co-responsável pela Cátedra Eduardo Lourenço da Universidade de Bolonha/ Camões, com Roberto Vecchi e Research Fellow da Faculty of Modern and Medieval Languages, Universidade de Oxford. É professora e co-coordenadora do programa de doutoramento “Pós-Colonialismos e Cidadania Global” (CES/ FEUC). Coordenou 13 projetos de investigação internacionais e em 2015 recebeu uma Consolidator Grant do Conselho Europeu de Investigação, com o projeto MEMOIRS - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias. É atualmente PI do projeto MAPS Pós-memórias Europeias, uma Cartografia Pós-colonial (FCT, 2021-2023). Os seus interesses de investigação reúnem memória e pós-memória do colonialismo e do império, identidades, pós-colonialismo, mulheres e guerras e representações literárias e artísticas. Das suas diversas publicações destaca-se Uma História de Regressos: Império, Guerra Colonial e Pós-colonialismo (2004, 2024) e África no feminino: mulheres portuguesas e Guerra Colonial e a co-organização de Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial (2011) com Roberto Vecchi, Geometrias da Memória: Configurações Pós-Coloniais (2016) com António Sousa Ribeiro.  Os seus mais recentes livros são:  Des-cobrir a Europa – filhos de impérios e pós-memórias europeias (2022) foi escrito com Fátima da Cruz Rodrigues e está disponível também em francês (Enfants d'empires coloniaux et postmémoires européennes); Eduardo Lourenço - uma geopolítica do pensamento,  escrito com Roberto Vecchi.

António Sousa Ribeiro é professor catedrático aposentado do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas (Estudos Germanísticos) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Estudos Sociais da mesma universidade. Os seus interesses de investigação centram-se nas áreas das literaturas e culturas de expressão alemã, dos estudos sobre a violência, dos estudos de memória, dos estudos pós-coloniais e dos estudos culturais comparados. Tem publicado extensamente em áreas muito diversas. Destaque-se Representações da Violência (2013), Geometrias da Memória: configurações pós-coloniais (2016); Einschnitte. Signaturen der Gewalt in textorientierten Medien (2016), A Cena da Pós-Memória. O presente do passado na Europa Pós-Colonial (2021). Dedica-se também à tradução literária.

Maria da Graça dos Santos é Professora Catedrática na Universidade Paris Nanterre, onde é diretora do Departamento de Estudos Lusófonos. É investigadora no Centre de Recherches Interdisciplinaires sur le monde Lusophone e no Centre d’Histoire Culturelle des Sociétés Contemporaines (Université Versailles). Conjuntamente é encenadora, atriz e professora de teatro. É cofundadora da companhia “Cá e Lá” (Compagnie bilingue français/portugais) e diretora de “Parfums de Lisbonne” – Festival d’urbanités croisées entre Lisbonne et Paris. Os seus trabalhos dedicam-se em particular à ditadura salazarista e à censura. Tem vários artigos sobre a história do espetáculo europeu e sobre o teatro português. Recentemente publicou o livro Miguel Torga: le dialogue inassouvi. Essai d’analyse de son écriture dramatique (Peter Lang, 2018). É também autora no Dictionnaire encyclopédique du théâtre à travers le monde (Bordas, 2008) e publicou Le spectacle dénaturé, le théâtre portugais sous le règne de Salazar 1933-1968 (CNRS éditions, 2002).

Roberto Vecchi é vice-reitor da Universidade de Bolonha e professor catedrático do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas Modernas da Universidade de Bolonha. Coordena a Cátedra Eduardo Lourenço, Universidade de Bolonha/ Camões (com Margarida Calafate Ribeiro), sendo também investigador associado do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e investigador convidado do CNPq, Brasil. Foi presidente da AIL, a Associação Internacional de Lusitanistas (2014-2020). As suas directrizes de investigação englobam os âmbitos brasileiro e português, aprofundando sobretudo a vertente crítica das relações entre história, literatura, trauma, memória e violência. Das suas publicações destaca-se o livro Excepção Atlântica. Pensar a Literatura da Guerra Colonial (2010), a organização dos livros Do Colonialismo como Nosso Impensado, de Eduardo Lourenço (2014), a Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial (2011) e, com Vincenzo Russo, Literatura Portuguesa - Modos de Ler (2022) e Eduardo Lourenço - uma geopolítica do pensamento, escrito com Margarida Calafate Ribeiro.

Felipe Cammaert foi investigador no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e é investigador do Departamento de Línguas da Universidade de Aveiro. Doutor em Estudos Românicos e Literatura Comparada pela Universidade Paris Nanterre, com uma tese sobre as representações da memória na obra de António Lobo Antunes e de Claude Simon. Foi bolseiro de investigação da Fundação Calouste Gulbenkian (2017) e bolseiro de pós-doutoramento da FCT no Centro de Estudos Comparatistas (FLUL, 2008-2014), nas áreas da literatura comparada e literatura portuguesa contemporânea. Tem sido docente nas Universidades de Picardie (França), Lisboa (Portugal) e Los Andes (Colômbia) e investigador da Biblioteca Nacional da Colômbia. É tradutor do francês e do português de autores contemporâneos para a América Latina. O seu mais recente livro é Passados reapropriados: pós-memória e literatura (2022).

António Pinto Ribeiro é investigador colaborador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Foi diretor artístico e curador responsável em várias instituições culturais portuguesas, nomeadamente da Culturgest e da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi comissário geral de "Passado e Presente - Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura 2017". Os seus principais interesses de investigação desenvolvem-se na área da arte contemporânea, especificamente africanas e sul-americanas. Das suas publicações destacam-se: os seus últimos livros de autor Peut-on Décoloniser les Musées? (2019), África os quatro rios - A representação de África através da literatura de viagens europeia e norteamericana (2017) e a organização dos dois volumes O Desejo de Viver em Comum (2018) no âmbito das conferências da Lisboa Capital Ibero-Americana da Cultura 2017. O seu novo livro é Novo Mundo - Arte Contemporânea no Tempo da Pós-Memória (2021). Foi o curador principal da exposição internacional Europa Oxalá, com Aimé Mpane e Katia Kameli (Mucem, Marselha, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, AfricaMuseum, Tervuren, Bélgica, 2021-2023). Curadoria do Ciclo de cinema e video El Dorado, Fundación Proa, Buenos Aires, 2023; Curadoria da exposição individual de Bela Duarte, As Cores Incendiárias, CNAD - Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design, Cabo Verde, 2024.

Bruno Machado é investigador no Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (ULisboa). Licenciou-se em Geografia, ULisboa, dedicando o trabalho final à temática do “retorno”, intitulado Memórias africanas, lugar europeu: a identidade do “retornado”. Concluiu o mestrado em População, Sociedade e Território, ULisboa, com a dissertação Os filhos dos “retornados”: a experiência africana e a criação de memórias, pós-memórias e representações na pós-colonialidade. Doutorou-se em Geografia Humana, pela mesma Universidade, com a tese Mobilidade intra-europeia e estado-providência: a proteção social nas aspirações e trajetórias dos migrantes portugueses, explorando a relação entre as migrações e a proteção social. Os seus principais interesses de investigação são as geografias imaginárias, identidades, memórias, migrações, pós-colonialismo e pós-memória. A gestão executiva da base de dados Reimaginar a Europa é da sua responsabilidade. 

Fátima da Cruz Rodrigues é investigadora colaboradora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Doutorou-se em Sociologia pela Universidade de Coimbra (2013) com a tese Antigos Combatentes Africanos das Forças Armadas Portuguesas: a Guerra Colonial como Território de (Re)conciliação, com o apoio de uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia, vencedora do Prémio Fernão Mendes Pinto 2014. Tem sido docente da Universidade Lusíada do Porto e da Faculdade de Direito da Universidade do Porto e é vice-chair da Ação COST: CA18228 - Global Atrocity Justice Constellations. É investigadora principal do projeto In_Justice War Crime and justice administration in the Portuguese colonial war (1961- 1974). Os seus principais interesses de pesquisa giram em torno de diversas problemáticas relacionadas com as guerras coloniais/guerras de libertação, memória e pós-memória, colonizações/descolonizações e pós-colonialismos, crimes cometidos em contextos de guerras. O seu mais recente livro Des-cobrir a Europa – filhos de impérios e pós-memórias europeias (2022) foi escrito com Margarida Calafate Ribeiro está disponível também em francês (Enfants d'empires coloniaux et postmémoires européennes).

Fernanda Vilar foi investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e é consultora da UNESCO, Paris. Seus centros de interesse são os estudos culturais e pós-coloniais da pós-memória, assim como os estudos subalternos e periféricos. É autora de Slamizando nas periferias. A pós-memória colonial em Paris, Lisboa e Bruxelas (2023). Doutora em Literaturas Africanas Comparadas pela Universidade de Paris Nanterre (2015), foi selecionada no mesmo ano pelo prémio das Nações Unidas de Impacto Acadêmico (UNAI). Trabalhou na Comissão Europeia em comunicação externa (2016). Fez seu mestrado com bolsa de excelência na École Normale Supérieure de Lyon, onde foi professora de português língua estrangeira e de literatura em língua portuguesa (2010-2012). Lecionou língua portuguesa na Universidade de Marne la Valée (2012-2013).