Exposição

«Entre Lugares» de Hamilton Francisco

6 de maio a 30 de junho de 2024

Convento São Francisco (Coimbra)

Que poderes são estes? Será que os tenho? Serei normal ou um mutante? Seremos todos mutantes, mas ainda não o sabemos? Algo está a faltar, mas o quê? Teremos a capacidade de sermos quem nós queremos ou estamos para sempre confinados a ser aquilo que outros querem que sejamos?

O projeto X-MEN “Masculinidades, empatia e não-violência” inspirou-se nas bandas desenhadas da Marvel, criadas por Stan Lee e Jack Kirby em 1963. Nos livros, conhecidos pelos super-poderes dos personagens e por explorarem temas como o preconceito, a diversidade ou a identidade, os X-Men são uma subespécie de humanos que lutam pela paz e pela igualdade entre humanos “normais” e mutantes. Este conflito é frequentemente comparado com conflitos do mundo real vividos por grupos minoritários. Os X-MEN sempre representaram a diversidade, a diferença e o desajustado, com poderes que se manifestam na adolescência e os deixa muitas vezes sem saber o que fazer, constituindo a analogia perfeita dos jovens rapazes e raparigas dos Centros Educativos onde decorreu o projeto. O projeto X-MEN utiliza a analogia dos mutantes para promover a capacidade de auto-transformação tentando simultaneamente quebrar ciclos intergeracionais de violências.

Aquilo a que se chama de masculinidades dominantes e hegemónicas pode ser reimaginado, renegociado e reconstruído, seja através da compreensão dos novos padrões de violência que se devem prevenir, por um lado; e da compreensão, adoção e prática do cuidado enquanto proposta transformadora nas vidas de jovens, mutantes, adolescentes, com super-poderes.

O principal objetivo de X-MEN foi a promoção de masculinidades não violentas, empáticas e cuidadoras, e o desenvolvimento de estratégias que quebrem ciclos de estigma, contribuindo desta forma para a prevenção sustentável da violência, ao mesmo tempo que procurou promover igualdade de género em três países: Portugal, Espanha e Croácia.

A liberdade, estar privado dela, regressar exatamente ao passado, ao que era antes, ter uma vida entre lugares. Lugares que se podem transformar, através da arte, da escuta, da confiança. Foi essa a mensagem de X-MEN para todos e todas as mutantes com super-poderes. 


Programa

De 6 de maio a 30 de junho | Exposição “Entre Lugares” de Hamilton Francisco (Babu) 
Nota: Sendo os e as jovens adolescentes o público-alvo do projeto científico e da intervenção artística, as escolas poderão requisitar visitas à exposição em horário próprio fora do horário normal de funcionamento.

6 de maio, 18h00
– Sessão de abertura com a Vereadora da Ação Social da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Cortez Vaz; com a Vice-Diretora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Antonieta Reis Leite; e com a co-coordenadora do Observatório Masculinidades.pt, Tatiana Moura.
– Visita guiada à exposição “Entre Lugares” pelo artista Hamilton Francisco (Babu);
– Conversa com Haydée Caruso sobre o projeto XMEN no âmbito do ciclo Masculinidades em Debate do Observatório Masculinidades.pt

28 de junho, 18h00
Segunda sessão do ciclo Masculinidades em Debate “Uma vida só não chega”, com António Brito Guterres e Hamilton Francisco (Babu), em parceria com o Grupo de Trabalho em Ciência Cidadã e Educação (CC-Edu) e o Observatório Masculinidades.pt do CES, com visita de alunos e alunas de escolas de Coimbra.


Nota biográfica

Hamilton Francisco ou simplesmente Babu nasceu em Angola em Malanje em 25 de Abril de 1974. Desde muito cedo teve a paixão pela pintura. Estudou desenho industrial no Centro de Formação e Tecnologia Manauto em Luanda. Já em Portugal, aprofundou o seu conhecimento na Arte, trabalhando com diferentes materialidades visuais. Depois de participar no Projeto Museus no Centro, em Coimbra, criou e desenvolveu o projeto de investigação artística “Memória e Identidade”, onde reflete, e materializa grandes questões da história de África na sua relação com o mundo, e a relação entre colono e colonizado. Tem participado em várias exposições individuais e coletivas, bem como residência artísticas em vários países. As suas obras estão presentes em coleções públicas e privadas, em Angola e no estrangeiro, como na Fundação Millenium Atlântico, CLC Arquitectos, Presidente Meridien Luanda, ou na coleção Jean Clode de Almeida.