Colóquio

Amílcar Cabral e a História do Futuro

13 e 14 de janeiro de 2023

Auditório António de Almeida Santos, Assembleia da República (Lisboa)

Notas biográficas dos/das participantes

Ângela Benoliel Coutinho | Investigadora no IPRI – Universidade Nova de Lisboa e no CEIS20 – Universidade de Coimbra. Obteve o doutoramento em História da África Negra Contemporânea pela Universidade de Paris I – Panthéon, Sorbonne, em 2005, sobre as trajectórias dos dirigentes do PAIGC (1956-1980). Foi docente na Universidade de Paris X – Nanterre, em França e em institutos de ensino superior privado em Cabo Verde. Colabora regularmente com o CIDAC (Portugal) e com a Fundação Amílcar Cabral (Cabo Verde). Publicou diversos artigos científicos e capítulos de livros e tem sido participante e coorganizadora de diversas conferências internacionais. Desde 2021 é colaboradora da RDP-África, no âmbito de programas dedicados à História de África e à História das últimas décadas do colonialismo português em África. 

António Sousa Ribeiro | Diretor do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra desde abril de 2019. É professor catedrático aposentado do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas (Estudos Germanísticos) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi, entre 1991 e 2008, responsável pela Revista Crítica de Ciências Sociais. Tem publicado extensamente sobre temas de literatura de expressão alemã (com especial incidência em Karl Kraus e na modernidade vienense), literatura comparada, teoria literária, estudos culturais, estudos pós-coloniais e sociologia da cultura. Dedica-se também à tradução literária, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Nacional de Tradução 2017.

Augusto Santos Silva | Desempenhou várias funções políticas, incluindo como deputado à Assembleia da República (2002-2005 e 2011) e membro de Governos de António Guterres, José Sócrates e António Costa (1999-2002, 2005-2011 e desde 2015). Doutorou-se em Sociologia pelo ISCTE –IUL e fez a agregação em Ciências Sociais na Universidade do Porto, de cuja Faculdade de Economia é professor catedrático. Atualmente, é Presidente da Assembleia da República Portuguesa.

Aurora Almada Santos | Investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, onde se tem dedicado ao estudo da dimensão internacional da descolonização portuguesa. É autora de diversas publicações, designadamente capítulos de livros e artigos em revistas científicas. Tem participado, com a apresentação de comunicações, em encontros científicos nacionais e internacionais. No âmbito das suas funções de investigadora merecem ainda destaque o desempenho de outras atividades como a edição de publicações, a organização de conferências, a revisão de artigos e a execução de projetos de investigação.

Beatriz Gomes Dias | Professora, ativista e política portuguesa. Foi deputada ao Parlamento português pelo Bloco de Esquerda entre 2019 e 2022. Atualmente desempenha as funções de vereadora na câmara municipal de Lisboa. É membro da SOS Racismo e foi uma das fundadoras da Djass – Associação de Afrodescendentes, da qual é dirigente.

Bruno Sena Martins | Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES/UC). É licenciado em antropologia e doutorado em sociologia. Os seus temas de interesse incluem o corpo, deficiência, direitos humanos, racismo e colonialismo. É Cocoordenador do Programa de Doutoramento "Human Rights in Contemporary Societies" e Docente no Programa de Doutoramento "Pós-Colonialismo e Cidadania Global". Foi Vice-presidente Conselho Científico do CES/UC (2017-2019).

Carlos Cardoso | Licenciado em Antropologia Social e Filosofia, tendo adquirido o seu doutoramento em Filosofia na Universidade Friedrich-Schiller, Alemanha. Foi Diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné-Bissau (INEP) e professor de Sociologia Política na Universidade Lusófona de Lisboa. Até recentemente, foi Director do Departamento de Pesquisa do Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em Africa (CODESRIA), com sede em Dacar. Em 2018, fundou o Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral. Carlos Cardoso é autor e co-autor de vários livros e artigos versando sobre temas relacionados com a Guiné-Bissau e África, nas disciplinas de História, Sociologia Política e Antropologia Social.

Cláudia Castelo | Historiadora e investigadora principal no Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa. Doutorou-se em Ciências Sociais-Sociologia Histórica pela Universidade de Lisboa em 2005. Tem também formação pós-graduada em História Oral (ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, 2008). A sua pesquisa, marcada por uma forte componente interdisciplinar, tem-se focado na história do último império colonial português, em particular a circulação de ideias, pessoas e conhecimento. Atualmente desenvolve o projeto “Conhecimento africano nos arquivos científicos do colonialismo português (1930-1970)”, financiado pelo programa FCT Estímulo ao Emprego Científico.

Diana Andringa | Nasceu em 1947, no Dundo, Lunda-Norte, Angola. Em 1968, frequentou o primeiro Curso de Jornalismo criado pelo Sindicato dos Jornalistas e entrou para a Vida Mundial, de onde saiu no âmbito de uma demissão colectiva. Desempregada, foi copy-writer de publicidade, trabalho que a prisão pela PIDE, em janeiro de 1970, interrompeu. Condenada a 20 meses de prisão por apoio à causa da independência de Angola, voltou ao jornalismo. De 1978 a 2001 foi jornalista na RTP. Foi também cronista no Diário de Notícias, na RDP e no Público e fugaz directora-adjunta do Diário de Lisboa. Actualmente documentarista independente - Timor-Leste, O sonho do Crocodilo; Guiné-Bissau: As duas Faces da Guerra; Dundo, Memória colonial, Tarrafal: Memórias do Campo da Morte Lenta - regressou à Universidade, doutorando-se em Sociologia da Comunicação pelo ISCTE em 2013.

Fernando Rosas  (Lisboa, 1946) | É professor catedrático jubilado no departamento de História da Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e Investigador no Instituto de História Contemporânea da mesma instituição, do qual foi fundador e Presidente da Direção entre 1994 e Fevereiro de 2013. Publicou variadíssimas obras como autor, dirigiu, coordenou e é coautor de muitas outras na área da sua especialidade (História do século XX), entre elas: as primeiras eleições legislativas sob o Estado Novo: as eleições de 16 de dezembro de 1934, (1985); O Estado Novo nos Anos 30. Elementos para o Estudo da Natureza Económica e Social do Salazarismo (1928-1938), (1986); Portugal e a Guerra Civil de Espanha, (coord.), (1996); Portugal Século XX: Pensamento e Acção Política, (2004); Lisboa Revolucionária, Roteiros dos Confrontos Armados no Século XX, (2007); Salazar e o Poder. A Arte de Saber Durar (2012); Estado Novo e Universidade. A perseguição aos Professores, (co-autor), (2013); O Adeus ao Império. 40 Anos de Descolonização Portuguesa (co-coord.), (2015). Foi deputado à Assembleia da República em 2000 e 2001 e de 2005 a 2010.

Filipa César | Artista e cineasta. Está interessada nas fronteiras fluidas entre o cinema e a sua recepção, na política e poética da imagem em movimento e nas práticas arquivísticas. Desde 2011, tem vindo a pesquisar colectivamente a prática do cinema militante do movimento de libertação africano na Guiné-Bissau através da produção de workshops, arquivos, filmes, performances, publicações e encontros comunitários. Com cine-kins foi co-fundadora da Mediateca Onshore em Malafo. Estreou a sua primeira longa-metragem de ensaio Spell Reel na Berlinale, 2017. O seu filme Quantum Creole foi exibido na Berlinale 2020. As suas exibições e exposições incluem: Gasworks, Londres; Flaherty Seminar e MoMA, Nova Iorque; Harvard Art Museum, Boston; HKW, Berlim; GfZK, Leipzig.

Inês Nascimento Rodrigues | Investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Integra a equipa de coordenação do Observatório do Trauma do CES. Atualmente, desenvolve a sua pesquisa no âmbito do projecto CROME (financiado pelo ERC). É doutorada em Pós-colonialismos e Cidadania Global pelo CES/FEUC, tendo elaborado um estudo sobre o «Massacre de Batepá», em São Tomé e Príncipe, que venceu a 11.ª edição do Prémio CES para Jovens Cientistas Sociais de Língua Portuguesa. É editora de recensões e membro do Conselho Editorial da revista Práticas da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past e integra o Conselho de Redação da e-cadernos CES.

Iva Cabral | Llicenciada em História pela Universidade de São Paulo e doutorada pela Universidade de Cabo Verde com a tese “A primeira elite colonial do Atlântico (séculos XV-XVII)”. Integrou como historiadora e investigadora o projeto «Salvaguarda do Património Histórico da África Contemporânea: O caso da luta de libertação nacional Guiné-Bissau e Cabo Verde» e o projeto da «História Geral de Cabo Verde» e exerceu a docência de História no Instituto Superior de Educação e na Universidade de Cabo Verde. Tem diversos artigos publicados em revistas da especialidade e colabora como coautora em diversas obras entre as quais se destaca a História Geral de Cabo Verde. É membro do Conselho de Administração da Fundação Amílcar Cabral.

João Mineiro (1992) | Antropólogo, sociólogo e investigador. Licenciado e mestre em Sociologia e doutorado em Antropologia pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, é atualmente investigador integrado no Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), onde investiga os temas da criatividade cultural, mobilidade e cidadania. Recentemente foi autor de Fazer Política: uma Etnografia da Assembleia da República(2022), coeditor de Novas e Velhas Extremas-Direitas(2021, coord.) e ABC do Socialismo (2019, coord.), e coautor de O Espectro dos Populismos (2018), O Estado por Dentro (2017), entre outros. É colaborador editorial da revista digital Rimas e Batidas, onde faz crítica de música, entrevistas e reportagens. 

Joana Dias Pereira | Doutorada pela FCSH da UNL, investigadora contratada através do programa de estímulo ao emprego científico. Membro da Direção do Instituto de História Contemporânea. Área de investigação: associativismo e movimentos sociais, inclusivamente nas ex colónias portuguesas.

José Neves | Professor Auxiliar no departamento de História da NOVA-FCSH desde 2011. Licenciou-se em História Moderna e Contemporânea no ISCTE-IUL, onde igualmente realizou o seu doutoramento em História Moderna e Contemporânea (2008), e foi investigador de pós-doutoramento no ICS-Lisboa. Foi também Camões Visiting Professor no King’s College London, em 2011. Dirigiu a linha Cultura, Identidades e Poder do IHC, entre 2011 e 2016. Foi diretor da revista Práticas da História. Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past, da qual faz hoje parte do conselho editorial. Actualmente, é Presidente da Direcção do IHC.

José Pedro Castanheira | jornalista profissional desde 1974. Estudou Economia no ISCEF e tem uma pós-graduação em Jornalismo pelo ISCTE-IUL e Escola Superior de Comunicação Social. Especialista em assuntos sociais, dedicou-se à grande reportagem e ao jornalismo de investigação, em particular sobre a história recente de Portugal e das ex-colónias. Ganhou alguns dos mais prestigiados galardões de jornalismo atribuídos em Portugal. Assinou reportagens em todos os territórios que, a 25 de Abril de 1974, ainda faziam parte, mesmo que nominalmente, do então «império». Cobriu, como enviado especial, as guerras na Croácia, na Guiné-Bissau e em Timor-Leste. É autor de mais de uma dezena de livros, alguns dos quais traduzidos em Espanha, França e Itália.

Julião Soares Sousa | Guineense, Doutor em História Contemporânea pela Universidade de Coimbra e Investigador no Instituto de Investigação Interdisciplinar/Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20). É autor de um livro sobre Amílcar Cabral distinguido em 2011 com o prémio Fundação Calouste Gulbenkian em História Moderna e Contemporânea de Portugal da Academia Portuguesa de História. Em janeiro de 2021 foi distinguido com um Diploma de Mérito pela Fundação Amílcar Cabral (Cabo Verde). É autor ainda de outros livros, vários capítulos de livros e de artigos em revistas portuguesas e estrangeiras. As suas áreas de interesse científico giram em torno do Colonialismo, anticolonialismo e pós-colonialismo, Cisão Sino-Soviética, História de África e História do Meio-Ambiente.

Leonor Pires Martins | Investigadora integrada do Instituto de História Contemporânea (IHC — NOVA FCSH/IN2PAST). Licenciada em Antropologia (ISCTE-IUL, 1997) e mestre em Literatura Comparada (FLUL, 2002), prepara actualmente a sua tese de doutoramento em História (especialidade História Contemporânea) sobre a literatura biográfica e memorialística alusiva a Amílcar Cabral (1924-1973). Ao longo dos últimos anos, tem trabalhado como bolseira de investigação em projectos relacionados com o colonialismo português (contexto africano, séculos XIX e XX), o último dos quais centrado na figura do líder político anticolonial (Amílcar Cabral, da História Política às Políticas da Memória, PTDC/EPH-HIS/6964/2014). Tem colaborado com artigos para várias publicações colectivas e é autora do livro Um Império de Papel. Imagens do Colonialismo Português na Imprensa Periódica Ilustrada, 1875-1940 (Lisboa: Edições 70, 2012).

Marta Lança | Nasceu em 1976, em Lisboa. Trabalhadora independente em várias áreas no sector cultural, do cinema à edição. Muitos projetos são ligados ao Brasil e aos países africanos de língua portuguesa. Deu aulas na Universidade Agostinho Neto, em Luanda. Formou-se em Estudos Portugueses, Literatura Comparada e é doutoranda em Estudos Artísticos (FCSH - UNL). Colaborou com diversas publicações portuguesas e angolanas. Criou as publicações V-ludo, Dá Fala e o portal BUALA (dinamizado desde 2010). Faz traduções de francês para português, nomeadamente de Achille Mbembe e Felwine Saar.

Miguel de Barros | Sociólogo, investigador e coordena a Célula de Pesquisa em História, Antropologia e Sociologia do Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC) do qual é co-fundador. Membro do Conselho de Pesquisa para as Ciências Sociais em África (CODESRIA). Desenvolve pesquisas em contextos africanos e da América do Sul nos campos da Sociedade Civil e Movimentos Sociais, sociologia da juventude, soberania e segurança alimentar, sustentabilidade ambiental, economia criativa e música rap. Em 2018 foi distinguido com o prémio panafricano humanitário em “Leadership in Research & social impact”.

Miguel Cardina | Investigador do Centro de Estudos Sociais. É membro da coordenação da linha temática "A Europa e o Sul Global: Patrimónios e Diálogos". Foi Presidente do Conselho Científico do CES (2017-2019). Recebeu em 2016 a bolsa Starting Grant do European Research Council (ERC - Conselho Europeu para a Investigação) na qualidade de coordenador do projeto de investigação «CROME - Crossed Memories, Politics of Silence. The Colonial-Liberation Wars in Postcolonial Times» (2017-2023). Lecciona nos programas de doutoramento "Human Rights in Contemporary Societies" e "Discursos: Cultura, História e Sociedade". É autor ou co-autor de vários livros, capítulos e artigos sobre colonialismo, anticolonialismo e guerra colonial; história das ideologias políticas nas décadas de 1960 e 1970; e dinâmicas entre história e memória.

Mustafah Dhada | Mustafah Dhada é um historiador das guerras coloniais portuguesas durante as lutas de libertação africanas. O seu livro Warriors at Work: How Guinea Was Truly Set Free desafiou a "sabedoria aceite sobre o trabalho e o significado de Amílcar Cabral" e foi visto como um estudo de referência para futuros historiadores. Entre os seus 120 textos, destacam-se duas obras: The Portuguese Massacre of Wiriyamu in Colonial Mozambique (ao qual foi atribuído o prémio Martin A. Klein) e The Wiriyamu Massacre: An Oral History, 1960-1974. Dhada está neste momento a reescrever Warriors At Work, incluindo novos materiais nessa obra, antes de abordar a trilogia final de Wiriyamu, com o título provisório de Denials End: How Forensic Methods Changed Portuguese Colonial History.

Patrícia Godinho Gomes | Guineense, Professora Associada Visitante no Programa de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos - Pós-Afro, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Doutora em História e Instituições da África (2003) pela Università degli Studi di Cagliari (2006-2010) e em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) (2014-2018). Tem experiência na área de história, com ênfase na história social das mulheres nas resistências anticoloniais, estudos de género e feminismos nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), mais especificamente na Guiné-Bissau e em Cabo Verde. É pesquisadora associada do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné-Bissau, membro da Associação Brasileira de Estudos Africanos-AbeAfrica e membro suplente do Comitê Executivo do Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA).

Pedro Aires Oliveira | Professor Associado no Departamento de História da NOVA FCSH e investigador integrado do Instituto de História Contemporânea. Os seus principais interesses de investigação são a história internacional, o colonialismo português e a descolonização, acerca dos quais tem publicado extensamente, tanto em revistas académicas como em livros.

Pedro Verona Pires | Pedro Verona Rodrigues Pires nasceu na ilha do Fogo, Cabo Verde, a 29 de abril de 1934.
Em 1956 foi estudar para Lisboa, frequentando a Faculdade de Ciências, período em que também conviveu com alguns dos futuros líderes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas. Impedido de concluir os seus estudos, por ter sido convocado para o serviço militar na Força Aérea Portuguesa, e com o início da luta armada em Angola, em 1961, decidiu deixar Portugal. Abraçou a causa da independência cabo-verdiana integrando o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Após o 25 de Abril de 1974 em Portugal, foi o representante de Cabo Verde nas negociações do processo de independência e descolonização. Depois da declaração da independência de Cabo Verde, foi designado primeiro-ministro da República de Cabo Verde, cargo que manteve até 1991. Em 2001 foi eleito Presidente da República de Cabo Verde, cargo que exerceu até 2011.
Após deixar a Presidência de Cabo Verde, foi o vencedor do Prémio Ibrahim de Excelência na Liderança Africana. É presidente da Fundação Amílcar Cabral, presidindo igualmente à Instituição Pedro Pires para a Liderança, em Cabo Verde.

Redy Wilson Lima | Formado em Sociologia e doutorando em Estudos Urbanos. É investigador colaborador do Centro de Estudos sobre África, Ásia e América Latina do ISIEG/Universidade de Lisboa, membro do Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África e da Associação Portuguesa de Antropologia e professor assistente convidado no Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais. Desenvolve pesquisas etnográficas e colaborativas no contexto cabo-verdiano nos campos da sociologia urbana, sociologia da violência e do crime, sociologia da juventude e movimentos sociais.

Rita Lucas Narra | Licenciada em História pela NOVA-FCSH e mestre em História Contemporânea, pela mesma instituição, com a dissertação “Outra terra dentro da nossa terra: a formação de um sujeito político em Amílcar Cabral”. Actualmente é bolseira de doutoramento em História, incidindo a sua investigação sobre os trânsitos transnacionais que possibilitaram a formação da ideia de «Terceiro Mundo», a partir dos eventos que propiciaram a queda do império colonial português.

Roberto Vecchi | Roberto Vecchi é professor catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira e de História da cultura portuguesa na Universidade de Bolonha. É, desde 2007, coordenador da Cátedra Eduardo Lourenço (Camões-UNIBO) com Margarida Calafate Ribeiro. Em Portugal, é investigador associado do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra onde participou do Projeto “Memoirs. Filhos do império e pós-memórias europeias”. Entre 2014 e 2021, foi presidente da AIL, a Associação Internacional de Lusitanistas. É Honorary Professor (2021-2024) of Lusophone Studies na School of Cultures, Languages and Area Studies da University of Nottingham (UK). Autor de uma bibliografia extensa sobre a teoria e a história das culturas de língua portuguesa, assinala-se, em coautoria com Vincenzo Russo, o volume A literatura Portuguesa. Modos de ler (Lisboa, 2022).

Rui Cidra | Licenciado e doutorado em Antropologia pela NOVA-FCSH. A sua investigação parte da antropologia cultural, da história, da etnomusicologia e dos estudos pós-coloniais para abordar o modo como a música, a dança e a cultura expressiva originadas nos anteriores territórios coloniais portugueses, particularmente em Cabo Verde, foram mobilizadas na demarcação de fronteiras de raça, género, classe social, nação e diáspora entre os momentos colonial e pós-colonial.

Rui Lopes | Doutorou-se em História Internacional na London School of Economics and Political Science (LSE) e é investigador do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH. Foi professor na LSE e na Goldsmiths, University of London. Trabalha sobre cultura na Guerra Fria, bem como sobre a dimensão internacional do Estado Novo e do colonialismo português. É membro do conselho editorial da revista Práticas da História: Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past e foi coordenador do projecto “Amílcar Cabral, da História Política às Políticas da Memória”.

Sana na NHada | Nascido em Enxalé, Guiné-Bissau, a 26 de maio de 1950, Sana na N’ Hada cursou cinema no Instituto Cubano de Artes e Indústrias Cinematográficas (ICAIC) em Havana, Cuba. É autor e coautor de vários documentários, entre eles, O Regresso de Amílcar Cabral (1976, com Flora Gomes, José Bolama e Josefina Crato), Os Dias de Anconó (1979) e Fanado (1984). É ainda autor de médias e longas-metragens de ficção como Bissau d'Isabel (2005), Xime (1994) e Kadjike (2013). É cofundador do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual da Guiné-Bissau (INCA) e da Mediateca Abotchá.

lvia Roque | Professora Auxiliar de Relações Internacionais na Universidade de Évora e Investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, desde 2008. Doutorada em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (2014), recebeu, em 2015, o Prémio CES para Jovens Cientistas Sociais de Língua Portuguesa pela sua tese de doutoramento. Desde 2005 tem trabalhado em projectos de investigação no domínio das Relações Internacionais, em particular na área de Estudos para a Paz. Para além da Guiné-Bissau e de El Salvador, países onde concentrou a maior parte da sua investigação, colaborou ainda em projectos de investigação em Portugal e em Moçambique.

Sumaila Jaló | Licenciado em Estudos de Língua Portuguesa pela Escola Normal Superior Tchico Té (Bissau). Professor do secundário pelo Liceu Agostinho Neto (Bissau). Tem um mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e é, atualmente, estudante de doutoramento no programa de Discursos: Cultura, História e Sociedade (FLUC/FEUC/CES). É activista com intervenção em questões políticas e sociais da Guiné-Bissau.

Teresa Almeida Cravo | Investigadora do Centro de Estudos Sociais e Professora Auxiliar de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Concluiu o Doutoramento no Departamento de Política e Estudos Internacionais da Universidade de Cambridge. A sua tese centrou-se numa crítica dos discursos de sucesso e fracasso da comunidade doadora ocidental, em particular na sua relação com Moçambique e com a Guiné-Bissau. A sua investigação centra-se em estudos críticos sobre paz e violência, segurança, desenvolvimento, intervencionismo global e política externa, em particular no contexto dos países de língua oficial portuguesa, assim como perspetivas pós-estruturalistas e análise de discurso.

Victor Barros | Doutor em Estudos Contemporâneos / História Contemporânea (Universidade de Coimbra) realizado com o apoio de uma bolsa de investigação da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua tese, sobre comemorações históricas e a construção da memória pública do império português nas colónias em África, foi premiada na terceira edição do Prémio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto, em 2020. Professor convidado na Universidade de Santiago, Cabo Verde (2021-2022) e investigador no Instituto de História Contemporânea (IHC/IN2PAST) da Universidade NOVA de Lisboa.

Vincenzo Russo | Professor associado de Literatura Portuguesa e Brasileira e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de Milão onde coordena a Cátedra António Lobo Antunes (Instituto Camões). Entre os seus volumes mais recentes estão: A Resistência continua. O colonialismo português, as lutas de libertação e os intelectuais italianos(Afrontamento, 2022); com R. Vecchi, A Literatura Portuguesa. Modos de ler (Glaciar, 2022). Em português, publicou também A suspeita do Avesso. Barroco e neobarroco na poesia portuguesa contemporânea (2008). É tradutor de autores portugueses, brasileiros e africanos. De 2014 a 2021, foi Secretário Geral e Tesoureiro da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL). Dirige com Roberto Vecchi a coleção Pensiero Atlantico da Editora Meltemi de Milão que divulga em Itália os textos da cultura e do pensamento em português.