Apresentação

A partir de experiências diversas, esta oficina propõe-se criar um espaço de diálogo sobre conflitos, dilemas e reflexões que surgem no desenho e na implementação de metodologias de investigação e escrita que incluam perspectivas feministas na elaboração de uma tese de doutoramento. As participantes apresentarão como enfrentaram o desafio do desenho metodológico da sua tese, que conflitos enfrentaram, reflexões e mudanças no processo e também as dúvidas e questões que ainda não foram resolvidas. Esta oficina destina-se a outras/os estudantes que estão a iniciar o seu projecto de tese e a outras/os investigadoras/es experientes numa dinâmica de co-aprendizagem horizontal e de democratização do conhecimento. O segundo objectivo desta oficina é criar um clima de discussão que entende a investigação científica como um espaço onde o apoio mútuo e o diálogo que se afasta da lógica da produção científica capitalista, patriarcal e capacitista baseada na competição, na auto-exploração, no individualismo e numa suposta capacidade inata para o exercício intelectual.

A sessão será apresentada por Teresa Cunha (CES), que resumirá o objectivo da oficina, apresentará as participantes e fará os comentários finais. Cada participante falará durante 10 minutos e, uma vez terminadas as intervenções, haverá uma ronda de reflexões, perguntas e debate entre as/os participantes.A oficina será em espanhol e português.

Programa

As entradas e saídas do trabalho de campo. Esperar, ser paciente e criar laços com o grupo quando não é bem-vindo. Por Miriam del Pino Molina
Miriam del Pino Molina  é assistente social e antropóloga.  Está actualmente a trabalhar na sua tese de doutoramento no programa de Estudos Feministas e de Género na Universidade do País Basco sob a supervisão de.Margaret Bullen (UPV/EHU) e Francisco Checa (UAL). A investigação propõe uma análise da violência sofrida pelas mulheres Fulbe nos seus processos de colonização no País Basco e na Andaluzia. Os seus temas de interesse são a migração, a antropologia feminista, os estudos pós-coloniais, a antropologia das emoções e a antropologia da violência.

A vontade de experimentar: uma forma de mobilizar o (des)conhecimento. Por 
Sabela Fraga Costa é historiadora da arte e pré-doutoranda na faculdade de Belas Artes de Pontevedra (Universidade de Vigo). O seu trabalho como historiadora centrou-se na ligação do associativismo cultural nos anos 70 na Galiza com a vanguarda artística galega, tendo como resultado a exposição e o livro “Colección Abrente: arte galega no desafio cultural dos 70”. Há vários anos trabalha com estudos visuais e as teorias feministas analisando as possibilidades de desnaturalizar a narrativa oficial desde o campo da imagem. Além do peso teórico, tenta manter o vínculo com o activismo feminista autónomo.

O que vocês pensam do meu trabalho? Member Checking como estratégia de validação dos resultados na pesquisa qualitativa. Por Cristina del Villar Toribio
Cristina del Villar Toribio é doutoranda em psicologia pela Universidade de Sevilla e faz um estágio doutoral no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. A sua pesquisa trata sobre cuidados e mulheres migrantes africanas na Andaluzia. A sua tese é orientada por Francisco Javier Saavedra (US) e Teresa Cunha (CES-UC). Os seus temas de interesse são a psicologia cultural, as migrações, os feminismos pós-coloniais e as metodologias qualitativas.

Do fantasma da impostora à investigação Activista Feminista (IAF): procurando alento coletivo para desfazer novos nós e desnudar dúvidas. Por Sandra Arencón-Beltrán
Sandra Arencón-Beltrán é pesquisadora pré-doutoral no Departamento de Jornalismo I e no Programa de Doutoramento Interuniversitário em Comunicação na Universidade de Sevilha. Sua tese é realizada no âmbito do projeto de I+D+i CiberMov, “Ciberactivismo, Ciudadanía Digital y Nuevos Movimientos Urbanos”. Trabalha com os Feminismos em movimento a partir das primeiras greves gerais feministas no Estado espanhol sob a orientação de Lucía Benítez-Eyzaguirre e José Candón-Mena. Faz um estágio científico no CES-UC sob orientação de Gaia Giuliani.

Moderação: Teresa Cunha (CES)
She holds a PhD in Sociology from the University of Coimbra. She is a senior researcher at the Center for Social Studies and member of the Humanities, Migration and peace Studies Department - University of Coimbra - where she lectures in several PhD Courses, co-coordinates the publication 'Oficina do CES' and the Research Program 'Epistemologies of the South. She co-coordinated the Gender Workshop Series between 2011 and 2022. She is a senior research member of the Centre for Peace Studies Gernika Gogoratuz where she co- coordinates the Research-Action program 'Territories in Conflict , Mozambique'. She coordinates the Advanced School 'Feminist Ecologies of Knowledges'. She is an associated-professor at the College of Education of the Polytechnic College Coimbra and an associate researcher at CODESRIA and the Center for African Studies at Eduardo Mondlane University, Mozambique. In 2017, the President of the Democratic Republic of Timor-Leste awarded her with the Order of Timor-Leste. Her research interests are feminisms and postcolonialisms; other feminist economies and women's economies; post war transition, peace and memories; women's human rights in the Indian Ocean space. She has published several scientific books and articles in several countries and languages of which stand out: Women, Territories and Identities (vol 1, 2 and 3) (Ed.), Territories in Conflict (Ed.), Women InPower Women. Other economies created and led by women from the non-imperial south; Never Trust Sindarela. Feminisms, Postcolonialisms, Mozambique and Timor-Leste; Essays for Democracy. Justice, dignity and good-living; They in the South and North; Women's Voices of Timor; Timor-Leste: Chronicle of an Observation of Courage; Feto Timor Nain Hitu - Seven Women of Timor; Walking Through Other Paths and Roots of Participation.