Curso de Formação Avançada
Construir uma educação anti-racista III: história, memória e ensino do colonialismo e da escravatura
17 e 18 de junho de 2022, 10h00-17h30
Sala 1, CES | Alta
Notas biogréficas
Marta Araújo é Investigadora Principal do Centro de Estudos Sociais (CES). Doutorada pela Universidade de Londres (School of Educational Foundations and Policy Studies, Institute of Education, 2003), tem publicado internacionalmente o seu trabalho de investigação que incide sobre duas linhas complementares: i) políticas públicas, discurso político e igualdade étnico-racial; ii) educação e história pública, focando nas narrativas sobre o colonialismo e a escravização. Tem participado em reuniões de especialistas sobre igualdade étnico-racial e em actividades de extensão, particularmente com escolas e ONGs. No âmbito dos temas do Curso, publicou recentemente: ‘Mobilizing History: Racism, Enslavement and Public Debate in Contemporary Europe’, em The Palgrave Handbook of Critical Race and Gender (2022), com Kwame Nimako; ‘Os 'compridos narizes' dos portugueses: Expo'98, manuais escolares e história em multiperspectiva’, Língua-lugar: Literatura, História, Estudos Culturais (2020).
Ramatis Jacino é docente do Bacharelato em Ciências Econômicas e membro do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade Federal do ABC, no Brasil. Mestre e Doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, desenvolve pesquisa em nível de pós-doutoramento junto ao Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É autor dos seguintes livros: Branqueamento do Trabalho (2008), Transição e Exclusão (2014) e Desigualdades Raciais no Brasil – Causas e Consequências (2019).
Víctor Barros é historiador, doutorado em Estudos Contemporâneos/História Contemporânea pela Universidade de Coimbra com uma tese sobre ‘Comemorações e Memória do Império nas Colónias Durante o Estado Novo’ (Menção Honrosa no Prémio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto, 2020). É também autor do livro ‘Campos de Concentração em Cabo Verde: As Ilhas como Espaços de Deportação e Prisão no Estado Novo’ (Menção Honrosa no Prémio de História Contemporânea Vitor de Sá, 2008). Os seus interesses de investigação centram-se nas questões da história colonial e dos impérios coloniais, dos anticolonialismos, das políticas de memória, e dos usos públicos da memória colonial. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo frequentado seminários de investigação na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS, Paris), e realizou pesquisas de arquivo em Angola, Cabo Verde, Moçambique e Portugal. É investigador integrado do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa e participou no projeto de investigação ‘Amílcar Cabral – Da História Política às Políticas de Memória’, tendo nesse âmbito realizado missões de pesquisas de arquivo e seminários na Guiné-Bissau, Cabo Verde, Portugal e França. Tem artigos publicados em revistas como The International History Review; Revista Portuguesa de História; Revista Angolana de Sociologia; Revista de História da Ideias; Práticas da História: Journal on Theory, Historiography and Uses of the Past, entre outros.
Giuseppina Raggi, historiadora da arte de origem italiana é doutorada em História - Vertente História da Arte (2005) pelas Universidades de Lisboa (Portugal) e de Bolonha (Itália) sobre a pintura de quadratura no espaço atlântico (séculos XVII-XVIII). É investigadora permanente do CES e é responsável do projeto «Early-modern art and architecture. Atlantic slave trade and cross-cultural dynamics. The case of African Portugal between heritage and politics of recognition» (2019-2025 ). Recentemente, publicou o livro O projeto de D. João V. Lisboa ocidental, Mafra e o urbanismo cenográfico de Filippo Juvarra (2021) e co-coordenou o volume Filippo Juvarra, Domenico Scarlatti e il ruolo delle donne nella promozione dell’opera in Portogallo. As suas investigações focam-se, principalmente, nas artes e na arquitetura do século XVIII. Como instrumento de disseminação do conhecimento científico privilegia a criação de vídeos e docufilms, ocupando-se dos conteúdos científicos em colaboração com argumentistas e realizadores.
Ana Marinho é Professora do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba - Brasil. Graduada em História (1993) e doutora em Letras (2001) pela UFPB. Realizou pós-doutoramento na Universidade do Porto (2013-2014), sob a supervisão do Prof. Dr. Francisco Topa. Desenvolve pesquisas sobre estudos decoloniais e feministas, poéticas orais e ensino de literatura. Foi vice-presidente da ABRALIC - Gestão 2012 - 2013, coordenadora do PROEXT - Contos da tradição popular: edição e acessibilidade (2013), editora da Revista Brasileira de Literatura Comparada (2012-2013), coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPB (2017 - 2021) e do projeto CAPES -‘Concepções de espaços, territórios e redes em contextos marcados pela diversidade’ (2019-2021). Atualmente, desenvolve pesquisa pós-doutoral no CES, intitulada ‘Mapeamentos em espiral: mulheres, terreiros e cidade’.
Dulce Fernandes é cineasta, residente em Nova Iorque e Lisboa. Formada em Relações Internacionais pelo City College - City University of New York. Trabalhou como fotojornalista no jornal Público e como investigadora e ativista em várias organizações internacionais. Prepara o filme documentário "Contos do Esquecimento", sobre a construção da memória do papel de Portugal no tráfico transatlântico de pessoas africanas escravizadas.
Beatriz Gomes Dias é uma mulher negra portuguesa, ativista antirracista e fundadora da Djass – Associação de Afrodescendentes. É licenciada em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e professora de Biologia no ensino Básico e Secundário. Foi eleita vereadora da Câmara Municipal de Lisboa para o mandato 2021-2025, e, anteriormente, foi deputada na Assembleia da República (2019-2022).
Osvaldino Monteiro possui Licenciatura em História - Ramo educacional, pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique (2005); Mestrado em Educação e Desenvolvimento Humano pela Universidade de Santiago de Compostela (2008); Mestrado em Eurocultura pela Universidade de Deusto (2011) e Doutoramento em Educação (2014) pela Universidade de Santiago de Compostela. Tem colaborado com a Universidade de Cabo Verde, Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais e Universidade de Santiago. Possuiu uma vasta experiência no ensino secundário. Tem experiência na área da educação, das relações internacionais (como docente), e em supervisão das instituições de ensino superior. Conta ainda com experiência a nível de mobilidade académica.
Paula Mota Santos (Lic História, UP, Portugal; MA Archaeology, Reading University, UK; PhD Anthropology, University College London, UK) é Professora Associada da Universidade Fernando Pessoa, Porto e Investigadora Integrada do Centro de Administração e Políticas Públicas do ISCSP- ULisboa. Desenvolve investigação centrada nas relações entre espaço e identidades sociais. Tem interesse sobre fotografia anónima e documentarismo. Realizou dois documentários. Tendo investigado e publicado sobre migrações, património, turismo, e práticas museológicas, tem desenvolvido estudo sobre a realidade do presente do espaço tematizado conhecido por Portugal dos Pequenitos, localizado em Coimbra. Analizou também as politicas de memorialização do chamado 'cemitérios de escravos' da cidade de Lagos e os sistemas representacionais da exposição nessa mesma cidade dedicada a Portugal e os sistemas de escravidão. Entre as suas principais publicações, destacam-se: ‘The Other in Us: Representation of Black African Identity in Portuguese Social Space’, Journal of Anthropological Research, 2018; 'Bringing Slavery into the Light in Postcolonial Portugal. The rhetoric and poetics of a slavery exhibition.' Museum Worlds. Advances in Research, 2020.