Conferência
Celebrating Reyner Banham I: Scenes in America Deserta
Alessandra Ponte
Eliana Sousa Santos
31 de maio de 2022, 17h00 (GMT+1)
Evento em formato digital, via Zoom
Apresentação
Eliana Sousa Santos, Jorge Figueira e Paulo Providência, investigadora e investigadores do CES, por ocasião do centenário de nascimento de Reyner Banham, promovem um ciclo de conferências centradas sobre três aspetos da obra do importante crítico britânico. A primeira conferência, centrada sobre Scenes in America Deserta e as paisagens de Reyner Banham, conta como conferencistas Alessandra Ponte (Two or three questions I had about Banham: Scenes in America Deserta re-visited) e Eliana Sousa Santos (Scenes in America Deserta)
Esta atividade realiza-se através da plataforma Zoom, sem inscrição obrigatória. No entanto, está limitada ao número de vagas disponíveis > https://us02web.zoom.us/j/83542765861?pwd=RmZkVHNXQXdJb2haTDNjMVNzWDVSUT09 | ID: 835 4276 5861 | Senha: 387703
Scenes in America Deserta
Scenes in America Deserta (1983), o relato de Reyner Banham sobre as suas viagens pelo deserto americano, é um livro peculiar dentro de sua obra, pois se inspira principalmente na literatura de viagem e nas memórias.
Se no início de sua jornada, Banham ainda esperava secretamente encontrar o deserto desprovido de referências, depois de alguma reflexão ele não pode deixar de admitir a miríade de referências que informavam seus pontos de vista. Ele já tinha visto obras de arte e lido relatos sobre o deserto apresentando os locais que estava vendo, ou tentando ver.
Para Banham, o melhor exemplo de referência para o deserto americano – além de westerns e land-art – foi The Desert (1901) do historiador de arte John Van Dyke. O livro de Van Dyke tinha a particularidade de mostrar o deserto como um lugar cheio de qualidades visuais abstratas. Banham escreveu uma resenha sobre uma edição reimpressa do livro, onde observou que o interesse renovado no livro pode ter tido as razões erradas, a reimpressão do Deserto foi feita “em bases eco-conservadoras convencionais atualmente”, mas o livro foi, pelo contrário, notável por suas descrições de cores e ambientes.
A precisão com que Van Dyke descreveu as cores e texturas, tanto do ar quanto do solo no deserto, marcou profundamente Banham, como se pode ver nas descrições de suas notas de viagem, onde ele procurou arduamente o termo certo e os gradientes de cores: “Sol à esquerda (2.30-3.30) sombras azuis/roxas muito profundas em ambos os lados das montanhas à esquerda. Picos cobertos de neve acima das mesas marrom-escuras à direita.”
Imagens
1. Reyner Banham cycling on Silurian Dry Lake (1981), Tim Street Porter
2. San Gorgonio Pass (1981), Richard Misrach
3. At the end of Rasor Road - After Reyner Banham (2017), Tiago Silva Nunes
Notas biográficas
Alessandra Ponte é Professora Catedrática da Universidade de Montreal, no Canadá. Doutorada pelo IUAV com Manfreto Taffuri, Ponte tem escrito sobre questões de paisagem, desde Uvedale Price às paisagens mineiras do norte do Canadá. A sua coletánea de textos "The House of Light and Entropy" foi publicada pelas prestigiada editora Architectural Association, 2014, da AA School.
Eliana Sousa Santos é arquitecta, investigadora e docente. Em 2017, venceu a décima segunda edição do Prémio Fernando Távora. Comissariou a exposição A Forma Chã (Museu Gulbenkian), projecto associado da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016. Foi pós-doutoranda visitante na Universidade de Yale em 2013/14. Investigadora no CES, Universidade de Coimbra com o projecto "George Kubler's Shape of Time: The Historiographical effect of Portuguese Plain Architecture in Post- revolutionary Portugal". É licenciada em arquitectura pela Universidade Técnica de Lisboa, mestre pela Universidade de Coimbra e doutora pela Universidade de Londres. É professora auxiliar convidada no Departamento de Arquitectura e Urbanismo do ISCTE-IUL.