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As "vozes presentes" das mulheres guarani-kaiowá na retomada de seus corpos-território
Kuña Aranduha (Kuñangue Aty Guasu)
27 de setembro de 2022, 17h00
Sala 1, CES | Alta
Comentário: Gabriela Rocha e Karina Pinhão (CES) | Moderação: Irina Velicu (CES)
Apresentação
As mulheres guarani-kaiowá fazem parte do grande povo Guarani-Kaiowá localizado no Cone Sul do Mato Grosso do Sul, na região centro-oeste do Brasil e fronteira com o Paraguai. Tendo sofrido historicamente com os processos de despossessão territorial e impactos ambientais severos causados pelo colonialismo, capitalismo e heteropatriarcado, as mulheres guarani-kaiowá lançam o seu Mapa da Violência a que entitulam "Corpos Silenciados, Vozes Presentes: a violência no olhar das mulheres guarani-kaiowá". Neste relatório as mulheres retomam seus corpos-território e denunciam as violências sofridas pelas mulheres guarani-kaiowá com suas "vozes presentes". Nele, elas trazem novos olhares sobre como definimos a violência contra mulheres, assim como, as metodologias e narrativas usadas.
O mapeamento da violência contra as Mulheres kaiowá e Guarani é uma demanda da Grande Assembléia de Mulheres Kuñangue Aty Guasu, sendo realizado por nós mulheres deste povo. Aqui viemos abordar a violência que ocorre em territórios indígenas contra a vida das Mulheres indígenas localizadas no Cone Sul do estado de Mato Grosso Do Sul, centro oeste do Brasil. Trabalho a passos de formiguinha, mas construído coletivamente trazendo o olhar, o grito, a voz dessas mulheres indígenas Guarani e Kaiowá. Para que isso fosse possível, foi construída uma equipe de mulheres indígenas de várias regiões do estado, que compõe o conselho da Kuñangue Aty Guasu para que fosse realizado os levantamentos em suas comunidades. O Mapa está disponível AQUI
Nota biográfica
Kuña Aranduhá, é do povo Kaiowá, mãe de Jajá. Ativista na e da Kuñangue Aty Guasu, Grande Assembleia de Mulheres Kaiowá e Guarani. Luta pelo povo Kaiowá e Guarani, em especial pelas mulheres indígenas, buscando dar voz a elas, e visibilidade a caminhada de luta e resistência das nhandesys (ancias e xamãs). Em sua jornada de aprimoramento, se graduou em Ciências Sociais, e atualmente esta cursando o Mestrado em Antropologia pela Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD, com o tema Violência contra as mulheres indígenas Guarani e Kaiowá.