Seminário

Invenções de feminismos nas  práticas subtis de rebeldia entre mulheres nos sertões brasileiros

Tânia Vasconcelos

Vânia Vasconcelos

21 de fevereiro de 2020, 14h30

Sala 2, CES | Alta

Comentário: Teresa Cunha (CES)
 

Resumo

Pensando os sertões brasileiros como um espaço plural, diverso e potente, embora historicamente associado à fome, seca, masculinidades dominantes e feminilidades submissas, este seminário pretende analisar as diversas formas de rebeldia feminina a partir da narrativas de mulheres que vivem à margem da cultura urbana e letrada, principalmente as de ascendência afro-indígena, não escolarizadas, pertencentes às camadas populares e moradoras de áreas rurais e/ou distantes dos grandes centros. As suas práticas nos levam a refletir sobre a possibilidade de invenções de feminismos, considerando que estes foram construídos historicamente através do enfrentamento direto das mulheres à ordem androcêntrica, bem como por suas subtis formas de rebeldia. A partir de uma perspectiva histórica pretendemos refletir sobre as várias táticas utilizadas por mulheres sertanejas para subverter construções sociais de género, fazendo emergir “invenções de subjetividades” potentes e paradoxais.


Notas Biográficas

Teresa Cunha é doutorada em Sociologia pela Universidade de Coimbra. É investigadora sénior do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra onde ensina em vários Cursos de Doutoramento; co-coordena a publicação ‘Oficina do CES’, As Séires do Gender Workshop. Coordena a Escola da Inverno ‘Ecologias Feministas de Saberes’ e o Programa de Investigação Epistemologias do Sul. É professora-adjunta da Escola Superior de Educação do Instituto Superior Politécnico de Coimbra  e investigadora associada do CODESRIA e do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique. Em 2017, foi agraciada com a Ordem de Timor-Leste pelo Presidente da República Democrática de Timor-Leste. Os seus interesses de investigação são feminismos e pós-colonialismos; outras economias e economias feministas mulheres; transição pós-bélica, paz e memórias; direitos humanos das mulheres no espaço do Índico. Tem publicados vários livros e artigos científicos em diversos países e línguas dos quais se destacam: Women InPower Women. Outras Economias criadas e lideradas por mulheres do sul não-imperial; Never Trust Sindarela. Feminismos, Pós-colonialismos, Moçambique e Timor- Leste; Ensaios pela Democracia. Justiça, dignidade e bem-viver; Elas no Sul e no Norte; Vozes das Mulheres de Timor; Timor-Leste: Crónica da Observação da Coragem; Feto Timor Nain Hitu - Sete Mulheres de Timor»; Andar Por Outros Caminhos e Raízes da ParticipAcção.

Vânia Vasconcelos é historiadora feminista e pesquisadora dos Estudos de Gênero no Brasil, sendo Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro), com período sanduíche na Universitat Rovira i Virgili (Espanha) e professora da Universidade do Estado da Bahia, na graduação e no Programa de pós-graduação em História Regional e Local. Desenvolve pesquisas sobre gênero, sexualidades, feminismos, mulheres e biografia, tendo publicado recentemente pela EDUFBA o livro “É um romance minha vida” – Dona Farailda - uma "casamenteira" no sertão baiano, entre outras publicações. Atualmente desenvolve uma investigação, em nível de pós-doutorado, no Centro de Estudos Sociais, na Universidade de Coimbra/Portugal.

Tânia Vasconcelos é professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Campus V, atuando nas áreas de Europa Moderna e Estudos de gênero (Fundamentos Teóricos e Metodológicos). É doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) com período sanduíche na Universitat Rovira i Virgili (Espanha), Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e Licenciada em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Como historiadora feminista desenvolve ações de ensino, pesquisa e extensão relacionados aos seguintes temas: História moderna e História do Brasil, relações de gênero, feminismos, história das mulheres, gênero e sexualidade, gênero e justiça.