Espetáculo/concerto

Alice na cidade: Ciências Sociais, Rap e Mais

17 de junho de 2016, 21h30

Teatro Académico de Gil Vicente (Coimbra)

Enquadramento

Este espetáculo nasce da vontade de combinar arte e ciência, cruzando linguagens e razões/emoções que costumam andar desencontradas. Músicos, contadores de histórias, poetas, cientistas sociais ocuparão um palco que desafiará as fronteiras entre a cultura popular e a cultura erudita, as narrativas da universidade e da rua, as expressões da periferia e do centro. Rap, slam poetry, funk, kuduro, música cigana e histórias orais têm encontro marcado para uma ecologia de saberes imprevisível.

Ao articular e valorizar os conhecimentos invisibilizados que nascem da luta contra diferentes formas de opressão, a ecologia de saberes, na horizontalidade e complementaridade da partilha, contribui para uma melhor compreensão do mundo tendo o horizonte da transformação social sempre presente.

"Alice na cidade: Ciências Sociais, Rap e mais" é uma iniciativa do projeto ALICE - Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do mundo. Liderado por Boaventura de Sousa Santos, Alice tem como objetivo renovar o pensamento científico-social, desafiando a ciência a dialogar horizontalmente com outros saberes. As ciências sociais são tão valiosas quanto limitadas, por deixarem de fora as reflexões e as propostas que não cabem na sua lógica narrativa. O rap e a poesia são formas de expressão onde Boaventura de Sousa Santos tem encontrado possibilidade de se expressar sem os limites impostos pelas regras académicas. São formas de escrever sem notas de rodapé. A partilha horizontal e complementar entre as narrativas das ciências sociais e as da arte constitui um exercício de ecologia de saberes que ajuda a compreender melhor o mundo e a conferir maior eficácia às lutas contra a exploração, a discriminação e a opressão que o caracterizam.

Neste espetáculo, para além de Boaventura de Sousa Santos, participam a Banda Linha Abissal (projeto musical de estudantes de doutoramento do CES), Hezbó MC (rapper, compositor), Jackson Soul Jah (rapper), Favela 31 (projeto de jovens que mistura linguagens que lhes são próximas, como funk kuduro e música cigana), José Craveiro (contador de histórias, mestre de saberes e de sabores da sua terra), LBC Soldjah (rapper, linguista, investigador), Mynda Guevara (rapper, uma das muitas provas de que as mulheres também têm lugar no rap), Mick Mengucci (músico, performer e engenheiro de multimédia), Nuno Piteira (poeta, performer, vídeo artista), O Gringo Sou Eu (projeto de Frankão, músico e compositor brasileiro, com influências de hip-hop, reggae,  Miami Bass e funk carioca), Raquel Lima (autora, poeta, ativista do movimento Poetry Slam), Raul Alvares (autor, poeta, ativista do movimento Poetry Slam).