Seminário

As ideias Contam: Economia, Crise e Democracia

Ana Cordeiro Santos

Cristina Andrade

Manuel Rodrigues

Nuno Serra

Pedro Lains

Sandra Monteiro

3 de março de 2011, 14h30

Sala de seminários (2º piso), CES-Coimbra

Enquadramento

Nenhuma outra ciência, social ou natural, parece ocupar, no debate público, o espaço privilegiado que é concedido à Economia. Os temas económicos recebem, de facto, grande destaque nos meios de comunicação social, onde os economistas são ouvidos com especial reverência. A ciência económica ganha ainda maior visibilidade em períodos de profunda crise, como a que estamos a viver. Todos querem compreender o que a terá causado e, sobretudo, como dela sair. Os não-economistas, quando abordam estes temas, sentem-se muitas vezes forçados a citar a autoridade da classe indiferenciada de “os economistas”, sugerindo, inadvertidamente, que a economia é uma ciência monolítica, onde as opiniões são consensuais. Ou então desculpam-se, deixando claro que a sua posição deverá ser devidamente descontada pela sua declarada falta de credenciais.

A posição privilegiada da Economia tem naturalmente impacto na formação de opinião pública. Os economistas que acedem ao espaço público conseguem veicular as suas visões do mundo, enquadrando a situação económica de acordo com as grelhas conceptuais mais favoráveis a opções político-económicas hegemónicas.

A ausência das vozes discordantes, as dos economistas que não acedem ao debate público bem como as de outros estudantes e participantes na economia, inibem contudo, de modo muito significativo, a apresentação de perspectivas distintas e a formulação de soluções alternativas. A inexistência de um verdadeiro diálogo sobre a crise é pois impeditiva da formação de uma opinião pública informada e melhor preparada para escrutinar as soluções apresentadas, o que fragiliza a participação cidadã na tomada de decisão em questões que afectam a nossa vida colectiva. Mas a economia a todos diz respeito. Todos fazemos parte dela e dela dependemos, individual e colectivamente. Surge, então, a questão de saber quem deve ou não participar no debate económico. Podemos todos participar nesse debate? Ou deverá a economia ser deixada aos economistas?

 

Programa

Oradores convidados:

Ana Cordeiro Santos – Economista, investigadora do CES
Manuel Rodrigues – Advogado e empresário
Sandra Monteiro – Le Monde Diplomatique - Edição portuguesa
Nuno Serra - Petição pelo Pluralismo de Opinião no Debate Político-económico
Cristina Andrade – FERVE – Fart@s d’estes recibos verdes
Pedro Lains – Economista, Investigador do ICS
 

Intervalo
 

Debate
Painel de convidados e público assistente

 

Organização: Núcleo de Estudos sobre Ciência, Economia e Sociedade e Núcleo de Estudos sobre Políticas Sociais, Trabalho e Desigualdades.