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Covid-19 within the indigenous peoples of South America: struggles around gender for the right to self-determination of care and health

Begoña Dorronsoro

David Salas

December 9, 2020, 15h30 (GMT)

Evento em formato digital

Abstracts

David Salas, “Atención en Salud, Salud Sexual y Reproductiva y Violencia de Género en Comunidades Indígenas de la Amazonia Ecuatoriana: Actuales Desafíos”

Las comunidades indígenas en el Ecuador cuentan con una serie de limitantes sociales, históricas y estructurales que han determinado sus posibilidades e iniquidades en el acceso a servicios de salud y de salud sexual y reproductiva, situación que se agrava aún más en las zonas rurales o de difícil accesibilidad como es el caso de los pueblos y nacionalidades asentados en la amazonia ecuatoriana.
El trabajo desarrollado con algunas comunidades de nacionalidades kichua, Waorani y Shuar del cantón Arajuno, revelan que en la actualidad más allá de las dificultades y desafíos que representa la pandemia, los problemas de salud más importantes no son estrictamente los derivados de esta crisis, sino los fenómenos asociados a una histórica deficiencia en la atención médica y la falta de una efectiva lógica intercultural que reconozca sus concepciones particulares y métodos propios de atención y prevención de las enfermedades, hasta la forma en que se accede al cuerpo y se gestiona la salud sexual y reproductiva. La constitución del Ecuador garantiza el respeto y valoración de estas prácticas y saberes ancestrales en torno a la salud, pero esto en la práctica no se traduce en una garantía del cumplimiento de este derecho o del acceso a una atención oportuna, de calidad y eficiente.

Por el contrario, las estadísticas demuestran que los problemas asociados a enfermedades de transmisión sexual, embarazos adolescentes y maternidad no planificada, así como falta de información y de acceso a métodos anticonceptivos está en crecimiento, agravando la situación de desatención y contribuyendo a legitimar prácticas de violencia de género e intrafamiliar, donde la mujer indígena es la más afectada. Establecer cuáles son los actuales desafíos que deben superarse para la reducción de estas problemáticas, así como identificar posibles alternativas surgidas de las practicas comunitarias, es lo que se busca explorar en este conversatorio, a partir de las estadísticas actuales y la experiencia de mujeres lideres comunitarias en Arajuno.


Begoña Dorronsoro, "A Covid 19 e o desenmascaramento das violências coloniais: reflexões em torno à saúde dos povos indígenas com especial incidência nas mulheres indígenas"

A situação diante da pandemia da Covid 19 em que nos encontramos evidenciou o sistema de morte em que o capitalismo extrativista, o colonialismo e o heteropatriarcado estão ligados e retroalimentados como eixos fundamentais de dominação. Um sistema que tem causado as consequências que enfrentamos face a esta e às futuras pandemias; por um lado, tornando mais evidentes aquelas actividades e grupos absolutamente essenciais para a produção e reprodução de vidas e sem os quais o sistema desmorona; mas mantendo um discurso estabelecido na ciência hegemônica ocidental como o único válido capaz de orientar as medidas a serem tomadas universalmente. Há um confronto e disputa em torno das histórias que vêm sendo produzidas pela pandemia, sendo a mais divulgada a que usa termos beligerantes onde o vírus e a pandemia são inimigos de uma guerra onde a ciência hegemônica ocidental será o farol que nos servirá de guia e o pessoal dedicado aos serviços agora entendidos como essenciais: saúde, cuidado, alimentação, limpeza, educação... são apontados como heróis nesta batalha, embora o sistema esteja realmente os usando mais como peões de sacrifício para que o sistema volte a uma pretensa normalidade anterior para retornar ao status quo do mesmo sistema que nos conduziu a isso.

Perante essa história, surgem outras narrativas como as que vêm vivenciando povos indígenas de diversos continentes. A Covid 19 é apenas uma das muitas pandemias que homens e mulheres indígenas vêm sofrendo e resistindo desde as invasões coloniais e sempre introduzidas pelos invasores. Confrontados com histórias ocidentais apocalípticas sobre o aquecimento global e efeitos derivados dele como esta pandemia, os povos indígenas têm enfrentado apocalipses consecutivos por vários séculos. Estão vivos em sua memória e em seus corpos, as marcas de cada um daqueles traumas infligidos e das medidas e estratégias que tiveram que adotar a cada momento para sobreviver. Elxs acumularam, desenvolveram e transmitiram toda uma série de conhecimentos e práticas em torno dos seus próprios medicamentos com animais e plantas, não reconhecidos pela medicina ocidental, mas capazes de aumentar as defesas e procurar a saúde em momentos onde o acesso à medicina institucionalizada também não há.

Com esta apresentação, gostaria de coletar algumas daquelas histórias de opressão e resistência que diferentes povos indígenas e especialmente as suas mulheres, estão vivenciando em face da pandemia da Covid, e os aprendizagens e diálogos necessários para ter todxs sucesso nos processos de transformação que como sociedades devemos adelantar para não voltar ao normal.