Do "caniço" ao "cimento": A evolução suburbana da capital de Moçambique (1892-1992)

Orientação: Julio Carrilho e Walter Rossa

Programa de Doutoramento: Patrimónios de Influência Portuguesa

Depois da independência as dicotomias urbanas e arquitectónicas, delimitadas pela "linha abissal" da "fronteira de asfalto", diluíram-se numa nova urbanidade na capital de Moçambique.

Foi uma mudança urbana e arquitectónica peculiar, pelas especificidades e circunstâncias em que se processou. Devido ao facto da guerra colonial se ter desenrolado longe de Lourenço Marques, esta manteve-se praticamente intacta até 25 de setembro de 1975. Com o êxodo da maioria dos "europeus" e "asiáticos" durante a "transição política", as populações "africanas", até então "segregadas" no chamado "caniço", começaram paulatinamente a (re)utilizar o espaço publico/privado da "cidade de cimento". Por não ter sido projetado para estes, houve uma adaptação mútua que ainda hoje se reflete no quotidiano da atual Maputo.

É esta "transição" urbano-arquitectónica que a presente investigação pretende dissecar, priorizando a visão dos habitantes do "caniço" e o seu "movimento de libertação" e reapropriação da "cidade de cimento".