Seminário

Estudantes brasileiros em Coimbra: Política de Interculturalidade ou Estratégia de Mercado?

28 de abril de 2015, 14h00

Sala 1, CES-Coimbra

Resumo

De acordo com o documento Education at a Glance 2013, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o mundo da internacionalização do ensino cresce a cerca de 7% ao ano. Por si, este dado assume um papel importante para qualquer Universidade que busca não somente a sustentabilidade econômica como, também, consolidar-se como centro de excelência no cenário acadêmico mundial.

Seguindo essa tendência, a Universidade de Coimbra – UC - possui como uma de suas políticas de internacionalização a atração de estudantes estrangeiros. A previsão é que esses estudantes cheguem a 20% do total de alunos/as. Esta política elege dois países prioritários: a China e o Brasil. Baseado no interesse chinês na praça da África e da América Latina, a UC busca posicionar-se como uma referência no ensino da língua e dos costumes portugueses para o estudante chinês. Por outro lado, contanto com o prestígio da UC e “porque a Universidade de Coimbra é a maior universidade brasileira fora do Brasil”, o interesse pela presença de brasileiros em Coimbra é mútuo. A partir de uma parceria entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), no Brasil, e a UC, os estudantes brasileiros podem utilizar os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) na candidatura à universidade.

Contudo, há de se perceber que as apostas da UC impactam tanto na comunidade acadêmica quanto na própria comunidade coimbrã – a qual, então, é necessário também se envolver - pois o projeto não se resume a receber os estudantes estrangeiros: é preciso recepcioná-los, dando-lhes uma atenção que vai além da vida acadêmica, indispensável à manutenção e ao convívio harmonioso dos mesmos, entre si e com os demais, colegas e habitantes da cidade. Neste sentido, cabe relembrar do início de 2014, época de eleição para os quadros da AAC, onde uma das chapas concorrentes levantou as questões da discriminação e do preconceito no ambiente universitário. Estas questões extrapolam os estudantes internacionais e atingem a própria sociedade portuguesa. Sem esquecer de outras nacionalidades e, ao mesmo tempo, respeitando ações que já foram tomadas no passado, nomeadamente um comunicado ao Cônsul do Brasil sobre a realidade dos estudantes brasileiros, este evento tenciona ser um momento de (auto)reflexão. O objetivo é que os estudantes e a universidade possam debater o assunto que toma o título do seminário e, também, as possíveis ações que podem ser realizadas para promoção de uma melhor relação entre os próprios estudantes, estudantes/professores, estudantes/comunidade e, de maneira mais consistente, entre a Academia e a Comunidade.

Formato

Para alcançar o objetivo do seminário, o seu formato busca promover a maior interação possível entre os participantes e dentro da perspectiva de cooperação. Assim, está prevista a participação de professores, estudantes, representante da reitoria da UC, da Diretoria de Relações Internacionais, do Consulado do Brasil, da Associação Acadêmica de Coimbra – AAC e da Associação dos Estudantes e Pesquisadores Brasileiros da Universidade de Coimbra.

Também, em paralelo, haverá o espaço “Relatos e Vivências”. Esse, contará com o material necessário para que as pessoas possam deixar “a sua voz” tanto de maneira escrita quanto por meio de filmagem. Assim, pretende-se preservar a sala do seminário para o debate propositivo entre os participantes.

O Seminário é aberto a todos/as e espera alcançar o maior número possível de pessoas interessadas no assunto.