Nesta sessão do Ciclo Metodologias ao Contrário vamos explorar como podemos "descolonizar" a etnografia e o que isso significa em termos práticos e teóricos. A etnografia tradicional, amplamente praticada na academia das ciências sociais, muitas vezes reflete perspectivas e métodos que podem silenciar ou marginalizar vozes não-ocidentais ou não-dominantes, assim funcionar como um extractivismo que instrumentaliza a vida social. A proposta desta sessão é rever estes pressupostos, questionando como a colonialidade molda a prática etnográfica e como podemos repensar e reconstruir estas práticas de formas mais colaborativas. A partir de textos dos participantes, discutiremos métodos alternativos de etnografia que visam refletir sobre como práticas colaborativas e participativas podem ser implementadas para evitar a extração de dados e promover uma pesquisa mais ética, pertinente e engajada.

Leituras de fundo:
●      Dagua Hurtado, A., Aranda, M., Vasco, L. G. (2015). Guambianos: Los hijos del aroiris y del agua. (2da. Edição) CELAC. (prólogo a la segunda edición e Introducción)
●      Opcional, para uma aproximação mais detalhada ao método: Vasco, L. G. (2002) “En busca de una vía metodológica propia”. In Entre Selva y páramo. Viviendo y pensando la lucha india. Instituto colombiano de antropología e historia.
●      Díaz, Rosalina. (2024) “Decolonizing Ethnography: A Reimagined Framework for Teaching Radical Ethnography” in Society for Cultural Anthropology