Resumo

A pandemia da COVID-19 coloca novos desafios aos estudos do risco e da incerteza, sobretudo a partir de uma perspetiva crítica e atenta aos direitos de cidadania. E é o que nos propõe Patrick Brown neste editorial. Os diferentes tempos de resposta à pandemia e a evolução das agora comuns curvas lineares e logarítmicas, e o objetivo do seu achatamento, não são simples artefactos de epidemiologia, mas o resultado do efeito conjunto de políticas de governação do risco, de opções políticas e dos sistemas culturais.  Mais, a categorização dos grupos de risco e as resultantes restrições aos direitos, liberdades e garantias revelam as formas de desigualdade dominantes nos diferentes contextos sociais, do efeito geracional ao valor social dos/as mais idosos/as, e das consideradas profissões “essenciais”.
Por último, Patrick Brown termina com uma proposta interessante e irreverente de recuperação do pensamento de Mary Douglas para se analisar a componente mágica e as ritualidades emergentes resultantes da pandemia COVID-19.