Resumo

A resposta mais generalizada ao que o autor deste artigo chama o “coronachoque” tem sido o confinamento – uma estratégia de controlo de populações, considerada como a resposta mais compatível com a defesa do valor da vida, permitindo “ganhar tempo” à infecção e evitando o colapso dos sistemas de saúde até à (possível) descoberta de um tratamento ou de uma vacina.

Ao mesmo tempo, porém, são visíveis os seus imensos impactos económicos e sociais, com consequências dramáticas para uma grande parte da população do mundo. Como avaliar as diferentes versões do confinamento, o seu valor para a proteção da vida e as suas consequências num contexto de incerteza e de falta de preparação para um fenómeno com as características da atual pandemia? Como responder aos dilemas colocados pela definição de critérios de comensurabilidade que possibilitem avaliação? 

A resposta, segundo o autor, passará pelo trabalho com, e a escuta de quem é afetado pelas experiências do confinamento.