Resumo

Neste texto, Marta Abatepaulo de Faria põe lado a lado a COVID-19 e o medo, enquanto pandemias que avançam sobre corpos e comunidades em paralelo. A incerteza, a falta de conhecimento sobre os desdobramentos do novo vírus, as variações inesperadas do seu impacto, não alimentam apenas a ansiedade das populações, mas a angústia e o stress dos próprios profissionais de saúde, comprimindo o seu quotidiano, dos mais rotineiros gestos no espaço de trabalho aos seus “arriscados” contactos físicos com a família. A autora termina apontando para a necessidade de uma leitura cuidada sobre a “nossa” saúde mental, pelas consequências mais alargadas da pandemia; o seu impacto sobre o trabalho e o rendimento, a sua intrusão na nossa proximidade com as/os mais velhas/os, impedindo abraços e despedidas, não esquecendo a forma como desmantelou, sem prazo definido, o(s) futuro(s) que esperávamos.