Resumo

O que se cura em psiquiatria ? A Razão, o Eu, o inconsciente, a integração social, o cérebro ? Tomando esta questão como fio condutor, analiso casos representativos de três configurações históricas sobre as quais realizei investigação empírica no âmbito do meu pós-doutoramento : a psiquiatria da transição do século XIX para o século XX ; a psiquiatria durante Estado Novo ; e a neurociência de António Damásio. Para além dos paradigmas científicos e da variabilidade da noção de norma, sustenta-se que os contextos político, religioso e institucional têm um impacto direto nas formas de conceptualização da doença mental e do seu tratamento.

Nota biográfica

Tiago Pires Marques, n. em 1973, doutorou-se em História, em 2007, no Instituto Universitário Europeu de Florença.  Desde 2008 desenvolve um projecto de pós-doutoramento, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, sobre psiquiatria, política e identidades religiosas em Portugal e França nos séculos XIX e XX. Autor de vários artigos e livros científicos, é atualmente investigador no Centro de Estudos de História Religiosa (Universidade Católica Portuguesa) e no Cermes3, unidade de investigação em ciências sociais aplicadas à medicina e práticas terapêuticas, trabalhando concretamente na equipa de sociologia da saúde mental (Cesames), na Universidade Paris Descartes. Entre 2008 e 2011 integrou o projecto internacional financiado pela Association Nationale de Recherches (França), intitulado Filosofia, história e sociologia da doença mental.

Nota: Atividade no âmbito do Núcleo de Estudos sobre Políticas Sociais, Trabalho e Desigualdades (POSTRADE)