Curso de Formação Avançada

(Anti-)racismo em Portugal e no Brasil: debates e lutas políticas na educação

4 de junho de 2016, 11h00

CES-Lisboa (Picoas Plaza | Rua do Viriato, 13, Lj. 117-118)

Programa

11h00-13h00 | Educação para as relações étnico-raciais no Brasil: lutas, avanços e descompassos
Docente: Luciane Dias (CES-UC, UFU e CAPES))
Resumo: Lutas históricas dos movimentos sociais negros focaram no acesso/permanência à escola e no combate ao racismo, por via de construção de uma educação envolvida com esta causa. Tal empreendimento resultou, na atualidade, em um arcabouço jurídico normativo que exige o debate sobre educação para as relações étnico-raciais no contexto escolar. Desta forma, serão apresentadas reflexões sobre a legislação brasileira e suas influências no combate ao racismo nas escolas, notificando os avanços e descompassos.

14h30-16h30 | (Anti-)racismo, educação e conhecimento: do paradigma do preconceito às lutas descoloniais
Docente: Marta Araújo (CES-UC)
Resumo: Nesta sessão, proponho discutir a concepção hegemónica de racismo no paradigma dos estudos do preconceito emergente desde o Holocausto, e discutir como ela continua a moldar o debate político e a constranger o campo de análise académica. Incidindo mais de perto sobre o contexto português, irei abordar dois casos paradigmáticos no âmbito da educação – o eurocentrismo no ensino da história e a segregação racial nas escolas –, assim como as lutas políticas que têm mobilizado em diversos contextos.

17h00-19h00 | O que nos dizem as estatísticas oficias sobre a situação escolar dos afrodescendentes?
Docente: Cristina Roldão (CIES-IUL)
Resumo: Nesta sessão, será apresentado e discutido um mapeamento da situação escolar
atual dos afrodescendentes a partir de dados oficiais disponíveis, tentando distinguir as desigualdades com base na classe social daquelas relativas à origem étnico-racial. Trata-se de uma aproximação possível, dada a inexistência de uma recolha oficial de dados sobre a diversidade étnico-racial. Essa opção política pela invisibilidade contribui para o desconhecimento e não reconhecimento público de fenómenos como o racismo institucional em Portugal, um dos últimos e mais longos impérios coloniais europeus.