3º Seminário CES sobre os Fundamentos da Economia
Onde pára o Mercado?
Ana Cordeiro Santos
António Casimiro Ferreira
João Arriscado Nunes
João Rodrigues
Jorge Bateira
José Castro Caldas
José Reis
Laura Centemeri
Luís Francisco Carvalho
Pedro Bingre
Renato Carmo
Ricardo Coelho
Sílvia Ferreira
Stefania Barca
Vasco Almeida
Vítor Neves
27 de maio, 10h00 / 28 de maio, 09h30
Sala de seminários (2º piso), CES-Coimbra
Enquadramento
Apesar da mais recente crise, a expansão dos mercados e da retórica mercantil ainda constitui um dos traços mais marcantes da nossa época. Continua pujante o processo de mercadorização através do qual objectos (no sentido mais amplo do termo), que podem ter sido anteriormente provisionados através de mecanismos não-mercantis, passam a ser alvo de transacções mercantis e/ou a serem representados através de um discurso mercantil. A mercadorização manifesta-se, assim, através de dois modos distintos, mas que se reforçam mutuamente. Pode ter lugar a um nível institucional, envolvendo o estabelecimento de direitos de propriedade, contratos ou preços, e/ou ao nível do discurso, das representações sociais. De facto, a retórica mercantil, hegemónica na ciência económica, refere-se a uma instituição específica e plástica, que até há pouco tempo era mais assumida do que discutida, mas também é parte da construção de metáforas com que os economistas tentam interpretar e transformar o mundo e as relações sociais.
Este seminário pretende aprofundar a discussão conceptual e empírica sobre a natureza e os limites dos mercados e seus processos de expansão, juntando para isso investigadores de diferentes disciplinas. Durante dois dias serão discutidos diferentes temas: Qual é a essência e a plasticidade dos mercados? Qual é o papel das diferentes correntes da ciência económica nos processos de expansão mercantil? Quais as virtudes e os limites dos vários instrumentos de “mimetismo mercantil”? Quais são as justificações políticas e morais para a existência de barreiras à expansão mercantil? Quais são os contornos das fronteiras da mercadorização em áreas como a saúde, o ambiente, o trabalho ou a ciência? Os mercados são permeáveis a todos os valores, incluindo o da solidariedade? Quais as configurações estatais que são mais ou menos propícias à expansão dos mercados?
Organização: Ana Cordeiro Santos e João Rodrigues